Finalmente chegou a gora daquele ser que você gerou durante meses na barriga vir ao mundo. Você imagina um momento cheio de alegria e satisfação, pois você vai, enfim, poder ter seu bebê no colo e cuidá-lo como você pensou antes mesmo de ficar grávida.
No entanto, você sente que pensamentos e sentimentos de tristeza, angústia, culpa e dúvida começam a perseguir você, indo além do normal do cansaço que pode haver logo após o nascimento com a descoberta dessa nova aventura da maternidade. Quando isso acontece, pode ser sinal de Depressão Pós-Parto, também chamada de DPP.
O que é depressão pós-parto?
A depressão pós-parto é um estado de tristeza profundo, juntamente com pensamentos e emoções negativas durante semanas inteiras após o nascimento da criança, fazendo com que a mãe apresenta irritabilidade, humor deprimido e dificuldade de estabelecer uma ligação amorosa com o bebê. Ela costuma atingir uma em cada sete mulheres, sendo considerada uma condição psiquiátrica adversa bastante comum.
É importante salientar que, logo após o parto, é normal que a mulher fique mais sensível e vulnerável, passando por uma fase de adaptação até conseguir se estabelecer na nova rotina. Entretanto, isso não deve durar mais do que algumas semanas.
A expressão ‘baby blues’ pode ser atribuída a essa fase normal que uma nova mãe pode desenvolver e ela pode ter dificuldade para alimentar-se e dormir bem, igualmente como sentir-se cansada e um tanto ansiosa, mas são sintomas que devem passar logo.
Caso contrário, é preciso ficar alerta para uma possível depressão pós-parto, quando sintomas semelhantes e outros um pouco mais intensos como vamos explicar mais adiante, acompanham a mulher durante semanas a fio, trazendo sofrimento emocional grande e prejuízos para a ligação afetiva com o bebê – parte fundamental nos primeiros meses de vida da criança. Essa depressão também pode começar a aparecer meses ou até um ano após o parto e pode ocorrer na primeira, segunda ou demais gestações.
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Sinais e sintomas da depressão pós-parto
Saber identificar os sinais da depressão pós-parto ajudam muito a mulher e seu companheiro ou companheira na percepção precoce do possível problema para que se busque o tratamento adequado.
Além de todos os sintomas que podem ser apresentados e que vamos descrever a seguir, uma das principais características da depressão pós-parto é a incapacidade da mulher de cuidar do seu próprio bebê, intercalando crises de ansiedade, choro e vontade de afastamento da criança, gerando dificuldade na criação do vínculo.
Veja quais os sintomas da depressão pós-parto:
- Tristeza profunda
- Crises de choro intensas
- Alterações frequentes de humor
- Perda ou excesso de apetite
- Problemas para dormir (insônia ou dormir demais)
- Sensação de cansaço extremo
- Irritabilidade ou crises de raiva
- Sentimento de culpa
- Visão distorcida de si mesmo
- Problemas de concentração e de memória
- Crença de não ser uma boa mãe
- Pensamentos negativos em relação ao bebê
- Crises de ansiedade
- Ataques de pânico
- Ideação suicida
Toda mulher que teve um parto recente e que apresentar algum desses três sintomas além da tristeza profunda por mais do que três semanas, deve procurar um médico psiquiatra para avaliação e possível diagnóstico de depressão pós-parto, para iniciar o tratamento adequado.
Esses sintomas não podem ser negligenciados, uma vez que essa fase da vida é muito importante tanto para a mamãe quanto para o seu bebê e é importante que a progenitora mantenha uma boa saúde mental para conseguir dar afeto e cuidados ao seu bebê. Somente o psiquiatra pode diagnosticar e tratar esse quadro.
Também é importante destacar que qualquer sofrimento emocional da mulher enquanto mãe, pode ser uma boa ação procurar ajuda profissional para conseguir lidar melhor com os desafios dessa etapa. Por mais que alguns dos sintomas possam não ser muito intensos, se a mulher sente-se incapaz, culpada ou possui algum outro sentimento que possa ser considerado negativo quanto ao nascimento do bebê, é interessante a ajuda médica.
Por que a depressão pós-parto pode ocorrer?
Não existe uma causa específica para a depressão pós-parto, mas acredita-se que uma combinação de condições inerentes à gravidez podem contribuir fortemente para que ela ocorra, dentre elas, podemos destacar as mudanças hormonais, dificuldades com a regulação do sono e as incertezas emocionais quanto a criar uma criança.
Além disso, uma mulher que possui um histórico de depressão, durante a gravidez, em outra gestação ou em outro momento da vida, pode ter mais chances de desenvolver a depressão pós-parto.
A falta de apoio e suporte de familiares, parceiro ou até mesmo financeiro neste momento também podem contribuir para uma depressão, quando unidos a outros fatores ambientais e emocionais.
Ao primeiro sinal de sofrimento, busque ajuda
Essa é uma missão principalmente de quem está acompanhando de perto a nova mamãe, pois pode perceber de forma externa possíveis dificuldades emocionais da mulher nesse momento. Oferecer apoio, estar disponível e sugerir a consulta com um psiquiatra pode ser fundamental para que a mulher restabeleça sua saúde mental e consiga dar à criança todo o afeto e cuidado que ela quer d