A gravidez é um fenômeno complexo que atinge não só a grávida em diferentes aspectos – físicos, emocionais, profissionais e pessoais – mas também as pessoas ao seu redor, que devem servir como rede de apoio para que ela e o bebê vivenciem este processo de modo saudável.
Contudo, os desafios da gravidez não se restringem aos nove meses de gestação, mas também podem ser sentidos após o nascimento do bebê. Um exemplo disto é a depressão pós-parto, problema que atinge pelo menos 25% das mães no Brasil, segundo pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz.
O que é a depressão pós-parto?
É preciso enfatizar que ter um bebê é um processo complexo que traz inúmeros desafios para a mãe, como por exemplo enfrentar dificuldades para voltar ao trabalho. A ideia de cuidar e educar uma pessoa durante toda a vida é um compromisso que traz muitas responsabilidades e desafios.
A vida de uma mulher que pariu um bebê passa por transformações profundas, muitas das quais podem provocar sentimentos de tristeza, pela perda da autonomia que tinha até antes do parto, e de medo do desconhecido, que é a maternidade. Estes sentimentos podem atingir cerca de 80% das mulheres.
Se uma mulher tem sentimentos de tristeza, cansaço e desmotivação de forma passageira, durante até os 15 primeiros dias após o parto, não há razão para maiores preocupações. Porém, se a tristeza, a apatia e o desinteresse permanecem, ou até se aprofundam, semanas após o parto a ponto de impedir a mulher de realizar tarefas simples do cotidiano como: dormir, comer e tomar banho, isto pode ser um alerta para a depressão pós-parto.
Sintomas da depressão pós-parto
Os sintomas mais característicos da depressão pós-parto são: tristeza profunda, sonolência, desinteresse pelo mundo, inclusive pelo bebê, falta de energia durante todo o dia, perda do desejo sexual, medo de ficar sozinha e alterações no apetite.
A ansiedade também faz parte deste quadro de depressão pós-parto. e A mulher pode apresentar ataques de pânico, sem nunca ter tido este transtorno. Além disso, pode também apresentar comportamentos obsessivos sobre o bebê, como por exemplo, verificar a todo instante se ele está respirando.
Tratamento
Diferentemente de uma tristeza pontual e passageira, a depressão é um fenômeno mais intenso que se instala lentamente. Por ter maior gravidade e intensidade, a depressão pós-parto precisa de acompanhamento médico, psicoterapia e, em casos mais graves, medicamentos.
Cuidados importantes, que ajudam a reduzir os sintomas, incluem uma alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos. Como a chegada de um bebê transforma a vida dos pais de forma radical, mesmo com pouco tempo é possível realizar exercícios simples em casa, como alongamento e ioga. As atividades físicas liberam endorfina no sangue, melhoram a capacidade física e a circulação. Efeitos que ajudam no combate à depressão.
Por não serem percebidos a partir de exames físicos, como outros problemas de saúde, os transtornos psíquicos podem passar despercebidos ou serem diagnosticados muito tempo depois. Este desafio é ainda maior na depressão pós-parto, período em que existe uma expectativa social de que a mulher vive uma enorme completude, amor intenso e absoluta felicidade por ter tido um filho.
Esta expectativa pode intensificar o sentimento de culpa da mulher, que não se sente confortável para compartilhar os sintomas com ninguém. Isto pode dificultar ainda mais o diagnóstico, e tornar o quadro crônico.
Por isso, se você teve bebê há pelo menos um mês e sente os sintomas da depressão pós-parto de forma recorrente, ou conhece alguma mulher que está apresentando esses sintomas, é preciso buscar uma avaliação médica qualificada para avaliar o quadro.
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