A saúde mental se tornou um dos assuntos mais comentados desde o início da pandemia. E a preocupação não é para menos: a obrigatoriedade de permanecer em casa para não disseminar o vírus da Covid-19, o luto pela perda de pessoas próximas, e os esforços para conciliar os trabalhos domésticos e profissionais se tornaram desafiadores.

Para investigar melhor os impactos da pandemia nos países americanos, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizou um estudo que apontou que mais de quatro em cada 10 brasileiros tiveram problemas de ansiedade no período.

Ao atingir a saúde emocional e física das pessoas, os problemas de saúde mental também passaram a afetar diretamente o mundo do trabalho, reduzindo a produtividade dos trabalhadores. Como é possível garantir um ambiente de trabalho emocionalmente mais saudável?

Organizações saudáveis

Quais são as características de um bom ambiente de trabalho, que promova a saúde mental de todos? Alguns fatores básicos são: a atenção à saúde, a boa comunicação entre os funcionários e as lideranças, o respeito à diversidade, e ainda, um bom nível de transparência e confiança nas equipes.

A promoção da saúde mental permite uma melhor cooperação (e não competição) entre os funcionários, uma boa distribuição do fluxo de trabalho, e uma sensação geral de pertencimento e bem-estar.

Além disto, ao ter o escopo de trabalho definido com o alinhamento de expectativas, os funcionários se sentem seguros para sugerir ideias, receber feedbacks e repensar as estratégias adotadas, melhorando os resultados. 

Pesquisas

Mais de 2,6 milhões de pesquisas em campo realizadas pela Sharecare – ferramenta de gestão de saúde e bem-estar – mostram que pessoas com maior bem-estar apresentam melhor desempenho no trabalho. 

Outros dados trazidos pelas pesquisas apontam que uma boa saúde mental no ambiente corporativo reduz faltas não planejadas em 41% e chances de acidentes de trabalho em 65%. 

Um ambiente saudável também motiva os funcionários a não buscar outras vagas de trabalho, o que garante a redução de tempo e gastos com processos de contratação. Por fim, o custo anual de sinistros é até 3,5 vezes menor em empresas com altos índices de bem-estar entre seus funcionários.

No Brasil, as principais causas de afastamento do trabalho segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) são: transtorno de ansiedade (63%), depressão (59%), burnout ou esgotamento mental (44%) e estresse (37%).

O que fazer?

Para garantir a saúde mental das pessoas, as empresas precisam adotar diferentes políticas. Uma delas é realizar campanhas de conscientização de toda a equipe, com debates, palestras e atividades para reconhecer a importância deste tema para o trabalho.

Por outro lado, é preciso oferecer capacitação aos gestores para que eles desenvolvam mecanismos para ouvir e lidar com sua equipe, além de identificar situações nas quais sua atuação possa gerar estresse.

Por fim, as empresas precisam incentivar um acompanhamento para avaliar possíveis sintomas e identificar transtornos psíquicos que possam demandar um tratamento especializado. A detecção de uma possível necessidade pode ser feita em conjunto com a equipe de Recursos Humanos.

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