É muito comum nos questionarmos sobre os nossos sentimentos. “O que estou sentindo?” “Por que estou tão triste?” E, com tanta informação acerca das doenças psicológicas que temos disponíveis ultimamente, nos perguntamos “Será que é apenas tristeza ou estou sofrendo de depressão?”
Como diferenciar quando aquela tristeza pode estar se tornando na verdade o distúrbio conhecido como depressão? Será que esses dois termos são sinônimos? Continue lendo para entender!
O que é a tristeza?
A tristeza é um dos sentimentos primários, totalmente natural dos seres humanos. É através da tristeza que elaboramos as perdas ou sofrimentos e nos reorganizamos internamente para a superação da situação que a causou.
Esse sentimento tem uma causa, como perder um emprego, um ente querido, por exemplo, e nos indica que estamos em trabalho de luto. O luto é natural, todos nós vamos passar por isso ao enfrentarmos uma perda.
Acredita-se que a tristeza seja o sentimento mais duradouro. Quando algo nos deixa feliz, rapidamente voltamos ao estado natural, mas quando ficamos triste, levamos mais tempo para superar. Ainda assim, é importante entender que a tristeza é um sentimento passageiro, cuja duração não deve estender-se por semanas.
Quando começamos a sentir dificuldade em superar essa tristeza e ela se alastra, dando lugar à apatia, desesperança, indiferença e desgosto, é hora de se manter alerta! O sentimento pode estar realmente se tornando um problema maior, como a depressão.
Isso pode acontecer porque a vida moderna não nos dá o tempo necessário para superarmos nossas perdas. O luto precisa ser vivido em todas as suas fases para ser superado de forma saudável, quando isso não ocorre, surge a possibilidade do problema se agravar.
E o que é a depressão?
Diferente da tristeza, a depressão não é um sentimento natural: ela é uma doença e necessita de tratamento. Além de grave, ela também é muito recorrente, acometendo uma parcela de 10% da população mundial.
A depressão pode levar a diversas consequências como o afastamento dos amigos, da família, perdas profissionais, queda da imunidade, problemas cardíacos e muitos outros. Mas a consequência mais grave da depressão é o alto risco de suicídio. Muitos pacientes com esse problema se sentem tão desmotivados a viver que acabam tomando essa drástica atitude.
Para identificar um quadro depressivo, é necessário que apresente pelo menos 2 dos sintomas abaixo por períodos maiores de 2 semanas:
Perda de interesse por atividades que antes davam prazer;
Falta de energia;
Baixa auto-estima;
Culpa;
Falta de concentração;
Perda da libido;
Irritabilidade e ansiedade;
Pensamentos de morte ou suicídio;
Alterações no sono (insônia ou sonolência excessiva);
Alterações para mais ou para menos no apetite;
Cansaço extremo;
Problemas gastrointestinais como dores de barriga e má digestão.
No começo, os sintomas podem passar despercebido, fazendo o paciente pensar que são passageiros e negligenciar o tratamento.
Principais diferenças entre tristeza e depressão
Depois de entender o que é a tristeza e o que é a depressão, fica muito mais fácil perceber as diferenças. A primeira é a duração: enquanto a tristeza pode durar horas, dias e no máximo semanas, a depressão pode chegar a meses e anos.
As causas para as duas também são bem distintas, uma vez que a depressão pode ser ocasionada por uma tristeza não superada, assim como por predisposição genética, alterações nos processos químicos cerebrais e fatores sócio-ambientais. Enquanto isso, a tristeza pode se dar por conta de um acontecimento externo, uma frustração ou uma lembrança ruim.
A intensidade da depressão também é muito mais profunda e ela não costuma passar sozinha. Ou seja, mesmo se você estiver triste, você consegue levantar da cama e realizar as suas atividades. Uma pessoa com depressão, muitas vezes não tem energia para isso e pode simplesmente não fazer nada.
Não deixe a tristeza se tornar uma depressão!
Quando sofremos uma perda, a forma como encaramos a vida pode ser o ponto chave para nos ajudar a superar. Em primeiro lugar, não devemos ignorar nossos sentimentos: o luto precisa ser vivido. É preciso sentir intensamente para conseguir entender o organizar os pensamentos. Depois disso, é hora de seguir em frente.
Após o período do luto, é importante cuidarmos da nossa saúde, mental e física, para alcançarmos a superação. Exercícios físicos, atividades sociais, artísticas e uma boa alimentação são essenciais nesse processo.
A auto-sabotagem pode ser um grande perigo, por isso é importante cuidar da autoestima. Evitar ambientes, pessoas e pensamentos tóxicos, assim como alimentar sentimentos negativos, como culpa ou inveja.
Por fim, é importante observar nossos sentimentos e jamais negligenciar a nossa saúde mental, vencendo os preconceitos contra o tratamento psiquiátrico. Desse modo, podemos aumentar nossas forças para viver e alcançar nossos objetivos. Por isso, quando perceber que a sua tristeza está ultrapassando o período considerado aceitável ou estiver apresentando sintomas como falta de prazer e apatia, não hesite em procurar ajuda! Esse é um ato corajoso de amor e respeito com você.
Em casos como esses, nós da Psiquiatria Paulista estamos aqui para lhe ajudar. Agende uma consulta!