Já faz um tempo que a área da saúde reconhece que saúde vai além do fato de não ter doenças. Cada vez mais é urgente a necessidade de ampliar o conceito de saúde para abranger estados de bem-estar físico, mental e emocional, além de conceber cada pessoa em seu contexto de vida.
O senso comum reconhece que mente e corpo estão ligados e se influenciam reciprocamente. O cotidiano cada vez mais corrido, marcado pela realização de várias tarefas ao mesmo tempo e pela alta demanda de respostas nos meios digitais, tem impactado diretamente a saúde psíquica das pessoas. E isso tem efeitos diretos sobre o corpo. Você já ouviu falar em doença psicossomática? Confira por que você precisa conhecer esse conceito!
O que é
As doenças psicossomáticas questionam a divisão entre corpo e mente e representam a ligação direta entre ambos. Esses quadros clínicos são caracterizados por sintomas físicos provocados ou agravados por algum sofrimento psicológico. Ou seja: trata-se de distúrbios somáticos que possuem um fator psicológico que intervém na gênese e no desenvolvimento dessas doenças.
Assim, é possível afirmar que a medicina psicossomática considera não só as manifestações, mas também a relação delas com diversos aspectos, como fatores anatômicos, mentais, emocionais, culturais, sociais, etc.
Os sintomas físicos podem ocorrer em diferentes áreas do corpo e em diferentes intensidades. Via de regra, quanto mais contínua e intensa é a pressão e desgaste emocional, maiores serão os efeitos no corpo. Somatização é o processo em que pensamentos e estados emocionais manifestam dores e sintomas no corpo físico.
Por ser estruturada por diferentes áreas, as doenças psicossomáticas não são fáceis de serem detectadas e é comum que o seu diagnóstico ocorra por exclusão – ou seja: todas as outras possíveis causas devem ser investigadas e excluídas antes do diagnóstico ser definido.
Doenças e sintomas
Existem várias doenças psicossomáticas. As mais comuns são: psoríase, herpes zoster, artrite reumatóide, transtorno pré-menstrual, asma brônquica, fibromialgia, infarto do miocárdio, hipertensão arterial, gastrite, síndrome do intestino irritado, enxaqueca, alergias (de pele, alimentares ou respiratórias), impotência sexual, tireoidite, afta, úlcera duodenal, entre outros exemplos.
Mediante essa diversidade de doenças psicossomáticas, é importante prestar atenção aos sintomas para um diagnóstico adequado. Alguns dos sintomas mais comumente associados a essas doenças são: coceira, falta de ar, insônia, sensação de formigamento, alterações de visão, ansiedade, irritabilidade, dores musculares, sensação de exaustão, tristeza intensa e persistente, queda excessiva de cabelo, dores nas articulações, náuseas, vômitos, tosse persistente e alterações no apetite.
Possíveis causas
A ciência ainda investiga as causas de diferentes doenças psicossomáticas. Os estudos realizados até agora apontam que alguns tipos de situação podem facilitar o desenvolvimento da somatização.
Algumas delas são: traumas, conflitos (agudos ou continuados) e situações de violência. Acredita-se também que a genética tenha impacto sobre a predisposição a tais doenças.
Situações traumáticas ou violentas nos fazem liberar hormônios como adrenalina e cortisol, característicos de situações em que raiva, medo e tristeza estão bastante presentes. Essas emoções são ferramentas importantes, mas quando ocorrem de forma constante e intensa, acabam gerando um desequilíbrio bioquímico e, inicialmente, uma alteração funcional. Se os sintomas não são investigados e cuidados, isso pode provocar uma doença.
Diagnóstico
Por serem mais difíceis de serem diagnosticadas, é comum que as pessoas sofram durante meses ou anos até descobrirem que têm uma doença psicossomática. Sem a busca de profissionais qualificados e a possibilidade de realizar exames médicos para constatar o nível de desgaste do corpo, dificilmente o diagnóstico correto pode ser construído.
Por isso, é importante que profissionais da Psiquiatria e da Psicologia avaliem os sintomas apresentados por cada pessoa. Pode ser necessário recorrer a médicos especialistas para excluir a possibilidade de outras enfermidades.
Vale ressaltar que é sempre importante conciliar diferentes terapêuticas, não ficando restrito a medicamentos quando estes se mostrarem necessários, mas incluindo acompanhamento psicoterapêutico e revisão do modo de vida a fim de incluir uma alimentação mais balanceada, atividades físicas regulares e outras atividades prazerosas que fortaleçam os vínculos de cada pessoa consigo e com sua comunidade.
Você está com alguns desses sintomas e sente um mal-estar emocional há meses? Entre em contato conosco e agende uma avaliação para investigar esses sintomas e as suas possíveis causas.