Índice de conteúdo
- 1 O que é a ansiedade?
- 2 Quais os sintomas da ansiedade?
- 3 Diferença entre ansiedade e transtorno de ansiedade
- 4 O que pode causar ansiedade?
- 5 Como é feito o diagnóstico e o tratamento da ansiedade?
- 6 Os prejuízos da ansiedade para a vida do indivíduo
- 7 Atitudes que ajudam a combater a ansiedade
- 8 Fique atento aos sintomas, mude seus hábitos e peça ajuda
Hoje muito se fala sobre a ansiedade e as complicações que ela trazem para a vida cotidiana do indivíduo. Sentimento de paralisação e incapacidade de realização de tarefas simples são comuns em indivíduos que apresentam esse transtorno.
No entanto, poucas pessoas entendem que a ansiedade é uma reação natural do corpo e que, até certo ponto, é benéfica. O problema é quando ela perde o controle e começa a interferir na capacidade deliberativa do indivíduo.
Para entendermos melhor o limiar entre o sentimento de ansiedade, estar ansioso e sofrer de transtorno de ansiedade, vamos explorar a fundo o tema neste texto. Você vai saber quais os sintomas, causas e consequências desse mal do século e o que pode fazer para tratar a ansiedade. Vamos lá?
O que é a ansiedade?
A ansiedade é uma reação natural do corpo, desencadeada em momentos de tensão ou estresse. Essa reação caracteriza-se por sintomas cognitivos e físicos, dentre eles o medo, estado de alerta e fuga, respiração acelerada, pelos ouriçados, taquicardia e suor.
Há muito tempo, na época dos nossos ancestrais, essa reação era bastante lógica, pois o perigo sobre a vida era iminente e o corpo se preparava para fugir fisicamente de uma ameaça próxima. Hoje em dia, no entanto, as ameaças são outras e vão desde eventos sociais e apresentações até compromissos de trabalho ou faculdade. Com isso, essa reação natural do corpo parece não fazer sentido, pois não nos ajuda a combater o problema que se apresenta. Ou seja, a nossa sociedade evoluiu e a reação do nosso corpo ainda não, portanto, é preciso conhecimento para reconhecer e trabalhar com essa reação da melhor forma.
É importante salientar que a ansiedade pode ser um sintoma ou um desencadeador para transtornos mentais como o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), estresse pós-traumático, depressão, síndrome do pânico, Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC), entre outros. O que vai diferenciar a ansiedade de seu transtorno maior ou da associação com outra doença é a intensidade de manifestação e frequência.
Portanto, sentir ansiedade na antecipação de eventos, compromissos ou outras situações é normal. Já quando esse sentimento é insistente ao longo de meses, em situações diversas e paralisa o indivíduo, impedindo-o da realização de tarefas cotidianas, faz-se necessária a busca por ajuda médica.
Quais os sintomas da ansiedade?
Os sintomas de ansiedade são bastante característicos e não muito difíceis de serem notados, justamente por trazerem uma manifestação física. Inclusive, há pessoas que buscam um cardiologista, por exemplo, por receio que haja algo errado com o seu coração (o que pode gerar ainda mais ansiedade), por não saberem que este é um sintoma característico desse estado.
No entanto, a ansiedade apresenta-se em diferentes sintomas, que podem ser divididos em 4 grupos para melhor observação e entendimento:
- Sintomas físicos: eriçamento de pêlos, coração acelerado ou desritmado (taquicardia), aumento da frequência respiratória ou falta de ar, sudorese (suor), tensão muscular, dor de cabeça.
- Sintomas comportamentais: irritabilidade, impulsividade, agressividade, ritmo de fala acelerado, gesticulações exacerbadas
- Sintomas cognitivos: problemas de concentração e de memória, excesso de preocupação, dificuldade de tomada de decisão, problemas para dormir ou na qualidade do sono (insônia).
- Sintomas emocionais: sentimento de incapacidade, paralisação, tristeza, nervosismo, pensamento de tragédia iminente.
Uma pessoa que está em estado de ansiedade crônica, pode experienciar alguns desses sintomas diariamente, de forma concomitante. Além disso, pode ter crises de ansiedade, nas quais os sintomas físicos ficam ainda mais aparentes, em uma crise que se retroalimenta, tendo em vista que o reconhecimento dos sintomas gera ainda mais medo e preocupação.
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Diferença entre ansiedade e transtorno de ansiedade
Como falado até então, a ansiedade é um estado que faz parte natural da nossa vida, mas que também pode estar presente em outros transtornos ou apresentar-se na forma da TAG – Transtorno de Ansiedade Generalizada.
Quando isso ocorre, o medo e a preocupação são constantes e a pessoa vive em um estado de alerta permanente. Ou seja, aquele nível de ansiedade que seria considerado saudável e que ajudaria a pessoa a ter impulso para realizar suas atividades, passa dos limites e começa a provocar uma exaustão no corpo e na mente do indivíduo.
Como principais sinais disso, vem a dificuldade para parar de se preocupar (desviar o foco), irritabilidade (reações sempre à flor da pele), cansaço físico e mental extremo (proveniente da constante atividade ansiosa) e problemas de sono (dificuldade para dormir ou sono insatisfatório, muitas vezes acordando já cansado). Para ser considerado TAG, esses sintomas são constantes durante, no mínimo, 4 ou 6 meses.
Nesse caso, a busca pela ajuda do psiquiatra torna-se necessária, para a realização do diagnóstico correto e início do tratamento. Com isso, ajustes através da conduta do paciente e prescrição de medicamentos vão ajudar que essa ansiedade seja controlada, para que as atividades normais do indivíduo não sejam prejudicadas.
O que pode causar ansiedade?
Cada pessoa possui uma forma de enxergar e lidar com o mundo. Do mesmo modo, existem coisas que causam maior preocupação em algumas pessoas do que em outras. Por isso, a causa da ansiedade pode ser diferente de pessoa para pessoa.
A predisposição genética é um fator a ser considerado, mas os fatores ambientais e a capacidade emocional de resposta ao próprio ambiente e aos seus desafios são bastante decisivos na relação controle de ansiedade e indivíduo. Compromissos, trabalho, faculdade e até relações sociais podem ser cruciais para situações de ansiedade extrema.
Por exemplo: em um ambiente de trabalho onde haja muita pressão e pessoas ansiosas, pode ser que isso influencie você de alguma forma que, quando você se perceba, está apresentando sintomas de ansiedade de forma mais frequente. Se a sua capacidade de resposta àquele ambiente estiver preservada, você encontrará meios para subverter a situação. Caso contrário, pode entrar naquele fluxo sem se dar conta. A família também pode propiciar um ambiente que estimule ou mitigue reações ansiosas.
É importante lembrarmos que a ansiedade está associada a um gatilho mental que a desencadeia. Quando há alguma situação específica estressante, esse gatilho é disparado, dando espaço ao estado ansioso. Portanto, o indivíduo precisa modificar os gatilhos ou desenvolver o controle sobre aquela situação, seja por mudanças comportamentais ou com a ajuda de medicamentos. É bom salientar que os medicamentos são utilizados sempre de forma temporária, como uma ponte, e não devem ser vistos como única solução para o problema.
Logo, a observação pessoal vai conseguir direcionar o seu pensamento para decifrar quais são os seus gatilhos e que áreas precisam de mudanças para o controle da ansiedade.
Como é feito o diagnóstico e o tratamento da ansiedade?
O diagnóstico de qualquer transtorno relacionado à ansiedade, inclusive do Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), é realizado pelo psiquiatra, médico com residência mínima de 3 anos na área de transtornos mentais.
Ao perceber sintomas de ansiedade que atrapalhem a sua vida cotidiana, você deve marcar uma consulta com um psiquiatra, que conduzirá uma conversa com você a fim de entender os seus sintomas e há quanto tempo eles vêm afetando você.
Dessa forma, ele consegue indicar quais são as melhores opções de tratamento para você, desde medicamentos para controle de ansiedade aguda (benzodiazepínicos) e a longo prazo (antidepressivos ansiolíticos), até atitudes e comportamentos precisarão de mudança – que poderão contar com a ajuda da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC).
O tratamento medicamentoso da ansiedade com antidepressivos ansiolíticos é de longo prazo e pode trazer alguns efeitos colaterais leves, como um pouco de náusea e até aumento da ansiedade momentânea, mas que após cerca de duas semanas, deixam de ocorrer. Assim, os efeitos positivos são mais sentidos e o tratamento torna-se realmente eficaz. Esse processo de adaptação leva de 2 a 4 semanas.
Existem alguns medicamentos que podem ser indicados em casos agudos, que proporcionam um alívio imediato para a ansiedade, como o efeito de um analgésico para a dor. No entanto, seu uso deve ser moderado, não ultrapassando 2 meses. Justamente por isso, o acompanhamento médico deve existir.
A Terapia Cognitivo-Comportamental aborda nossos pensamentos e atitudes frente a determinadas situações. Com isso, ela permite que estes aspectos sejam modificados, para reagirmos de forma diferente a situações que antes poderiam ser ansiolíticas. O trabalho da TCC é a longo prazo e exige comprometimento do paciente para o sucesso, bem como qualquer outro tratamento de saúde.
Os prejuízos da ansiedade para a vida do indivíduo
A ansiedade quando não tratada ou negligenciada pode prejudicar seriamente a vida do indivíduo nos aspectos profissionais, acadêmicos, sociais e até sexuais.
Evitar encontros, contatos com os amigos, jantares e conhecer novas pessoas são alguns dos prejuízos sociais que podem ser causados pela ansiedade. Pela preocupação com a crítica ou o simples medo da interação, ela pode inventar desculpas e acabar se isolando, prejudicando demais suas relações que são fundamentais para a manutenção da sua saúde mental.
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A manutenção do emprego pode ser tornar um desafio para uma pessoa com ansiedade, pois ela pode apresentar problemas com cumprimento de prazos, entregas e cobranças, sentindo-se paralisada por essas convenções. A falta de foco, distração e preocupação exagerada também prejudicam muito o desempenho profissional. Além disso, as reuniões, encontros com os colegas e até os happy hours podem ser evitados, dificultando o entrosamento com a equipe, networking e seu desenvolvimento.
A ansiedade também é uma das principais causas de ejaculação precoce ou disfunção erétil e também pode impactar na falta de interesse pelas atividades sexuais. Isso, pois a mente do indivíduo não vive o momento e pode estar preocupada com o seu desempenho ou até mesmo com outros assuntos, impactando diretamente nessa área.
De modo geral, os prejuízos causados pela ansiedade sempre estão relacionados pela fuga e evitação de determinadas situações, principalmente pelo medo gerado por elas.
Atitudes que ajudam a combater a ansiedade
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Faça uma lista das suas tarefas
Geralmente, a ansiedade está relacionada à incapacidade de realização de tarefas que, muitas vezes, tomam uma proporção muito maior do que realmente possuem. Logo, organizar o pensamento em uma lista de afazeres e prioridades pode ser um bom exercício.
Se você tem enfrentado problemas para dormir justamente por pensar no que fazer ou acorda de madrugada cheio de coisas na cabeça, aproveite esse momento para fazer a sua lista para o dia seguinte. Pode ser um bom exercício para controle da ansiedade.
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Envolva-se em atividades sociais
O contato social tem, comprovadamente, um impacto importante no controle da ansiedade. Por isso, estar no meio de pessoas e movimentos, colocando a mente e o corpo em atividade pode ser um bom exercício. Experimente realizar um curso ou alguma atividade que tenham mais pessoas. Dessa forma, o contato social será uma consequência e não o objetivo final.
Em tempos de pandemia e de contato social restrito, essas atividades podem ser feitas de modo remoto, online. Também é importante manter o contato com seus amigos via mensagens ou videochamadas.
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Integre sua mente com seu corpo
A ansiedade caracteriza-se por uma desconexão do agora, da realidade, por transformar os problemas em coisas muito maiores do que eles realmente são. Portanto, atividades que ajudem na integração da mente com o corpo têm um efeito bem positivo no controle da ansiedade, pois elas ajudam a diminuir o excesso de atividade do plano mental, trazendo-o para o físico.
Nisto, incluem-se atividades físicas, meditação, yoga, pilates e atividades de mindfulness. Procure prestar atenção na sua respiração e dedique-se inteiramente às atividades simples que executa, sem querer ser multitarefas. Você pode até fazer um exercício durante o banho: sinta a sensação da água aquecida no seu corpo, a textura do sabonete e do shampoo, os aromas do banho e assim por diante. Quando sentir que a sua mente quer voar, puxe-a para o agora.
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Valorize cada hora do seu sono
Dificuldades para dormir ou um sono subaproveitado são realidades bastante comuns em quem tem ansiedade. Um sono de qualidade tem um papel importante na saúde física e mental, ajudando, inclusive, no próprio controle da ansiedade.
Mudar os hábitos de sono vai ajudar você a dormir melhor e acordar com aquela sensação de descanso em vez de acordar cansado. Para isso, coloque em prática algumas das premissas da higiene do sono, tanto para melhorar o tempo quanto a qualidade do sono – ambos fatores importantíssimos. Não olhar telas por pelo menos meia hora antes de dormir, fazer refeições leves e utilizar a cama apenas para dormir e ter relações sexuais são algumas dessas premissas.
Veja como aplicar a higiene do sono, passo a passo, clicando aqui e também confira a live do Dr. Henrique Bottura falando sobre a higiene do sono neste vídeo!
Fique atento aos sintomas, mude seus hábitos e peça ajuda
Como falamos bem no começo, a ansiedade é o mal do século e está cada vez mais comum. Por isso, observe-se a fim de identificar os sintomas e gatilhos, para que seja possível modificar alguns hábitos para conseguir viver melhor.
E nunca se esqueça que muitas vezes precisamos de ajuda médica para tratar esse problema. Assim, você pode retomar pouco a pouco o seu bem-estar, certo? Conte com a gente se precisar!