No DSM-5 (Manual de Saúde Mental) o Autismo agora é considerado um espectro, pois abrange diferentes níveis de funcionamento e transtornos, tais como: Autismo Clássico, Síndrome de Asperger, Autismo Atípico, Autismo de Alto Nível Funcional, Perturbação Semântica-Pragmática e ASD (Perturbação do Espectro do Autismo), fundindo-se em um único diagnóstico chamado de TEA (Transtornos do Espectro Autista).
Definição
Além de afetar diversos aspectos da comunicação, o TEA também é um influenciador direto dos comportamentos do indivíduo, caracterizando-se, de acordo com a Associação Brasileira de Autismo, por alterações que geralmente estão presentes desde a infância, tipicamente antes dos três anos de idade e que se define sempre por desvios qualitativos na comunicação, na interação social e no uso da imaginação.
Normalmente, essas características são responsáveis por um padrão de comportamento restrito e repetitivo, que pode estar relacionado tanto a condições intelectuais acima da média, quanto aos casos em que o paciente apresenta capacidade intelectual inferior à considerada normal com dificuldades de aprendizado.
Porém, vale ressaltar que as causas que desencadeiam os Transtornos do Espectro Autista ainda são desconhecidas, mas alguns estudos científicos apontam a sua relação com anormalidades em alguma parte do cérebro relacionadas à origem genética e a fatores ambientais. O desconhecimento da origem também traz dificuldades no momento do diagnóstico, já que não há marcadores biológicos e exames específicos para o autismo. Desta forma, a constatação do TEA é clínica e feita por meio de observação direta dos comportamentos do indivíduo.
Preconceito
Um estudo divulgado pela instituição americana CDC (Center of Deseases Control and Prevention) aponta que uma criança a cada 100 nasce com o Transtorno do Espectro Autista. Esta informação chama atenção para o aumento progressivo de casos de autismo no mundo inteiro, inclusive no Brasil, em que a estimativa sugere a existência de dois milhões de autistas.
Embora o número de pessoas com o transtorno tenha aumentado, a questão mais preocupante em relação a este assunto ainda é o preconceito, negligência e a falta de tratamento adequado. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), a rejeição das pessoas que apresentam essa condição neurológica é uma violação dos direitos humanos e um desperdício de potencial humano.
Infelizmente, o TEA ainda não é completamente compreendido pela sociedade, mesmo sendo uma condição tão comum. Mas, muitas campanhas e ações têm trabalhado com essa conscientização de que as pessoas com autismo também possuem, naturalmente, uma série de habilidades em diferentes áreas de interesse, além participarem ativamente da experiência humana que contribui para a diversidade que tanto prezamos em uma sociedade.
Todo esse conjunto de motivos pressupõe que as pessoas com TEA também merecem o respeito, garantia de direitos e oportunidades iguais em todas as áreas, incluindo educação, emprego, acesso à informação e participação na vida social, política e cultural.
Tratamento
Amenizar os efeitos do Transtorno do Espectro Autista para que essas pessoas sejam inseridas na sociedade com mais facilidade, é fundamental. Este tratamento envolve diferentes métodos e aspectos que vão desde os psicoeducacionais, orientação familiar, até o desenvolvimento da linguagem e comunicação.
É importante ressaltar que a avaliação de cada paciente é individual, podendo envolver a participação de psiquiatras, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e educadores físicos. O sucesso do tratamento, de forma geral, também dependerá de vários fatores como: idade em que a intervenção começa; tratamentos que deve considerar as características e limitações do paciente; colaboração da família; comprometimento e regularidade com o programa terapêutico.
Referências
Número de pessoas com autismo aumenta em todo o Brasil
http://apaebrasil.org.br/noticia/numero-de-pessoas-com-autismo-aumenta-em-todo-o-brasil
Rejeitar pessoas com autismo é ‘um desperdício de potencial humano’, destacam representantes da ONU
Um retrato do autismo no Brasil
http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=um-retrato-do-autismo-no-brasil