Psiquiatras: O que são? Onde vivem? O que comem?

Está na hora de desmistificar o preconceito, caro leitor. Psiquiatria não é coisa de louco, é uma ciência estudada há anos e você pode estar precisando de um.

Depressão e ansiedade são assuntos que têm ficado cada vez mais comuns e ganharam ainda mais impulso na pandemia, devido às incertezas e inseguranças que este momento trouxe.

Mesmo assim, quando se fala em tratamento para esses transtornos, ainda existe muito preconceito, principalmente ao se encontrar a palavra ‘psiquiatra’.

Estes médicos são os responsáveis pelo tratamento de doenças emocionais, da mesma forma que um cardiologista trata doenças do coração e um ortopedista é especialista em ossos. Entretanto, é muito mais fácil se buscar outra especialidade do que um psiquiatra e isso se deve muito aos tabus envolvidos nesta especialidade.

Por isso, vamos desmistificar alguns mitos sobre essa especialidade médica cujo principal objetivo é ajudar a aliviar o sofrimento emocional de milhares de pessoas que sofrem de transtornos mentais e emocionais.

Como surgiu a psiquiatria como ciência?

Mesmo antes de Cristo já havia uma breve introdução sobre distúrbios mentais. No Egito, alguns hieróglifos sugerem que eles já tinham a compreensão de alguma diferença entre transtornos físicos e mentais. Na Grécia, houve uma tentativa de lidar com isso como ciência, principalmente por Hipócrates, considerado o pai da medicina e que afirmava que era do cérebro que vinham pensamentos e emoções.

Ao longo dos séculos, os transtornos mentais não estiveram em muita evidência como uma ciência em si e, na Idade Média, houve um retrocesso em alguns termos. Naquela época, surgiu o conceito de loucura como descrição daqueles que não se comportavam de acordo com o código moral esperado. Isto fez com que milhares de pessoas com depressão, esquizofrenia, demência ou psicose fossem consideradas ‘possuídas pelo demônio’. Com isso, suas vidas se tornavam mais difíceis e marginalizadas, sendo abandonadas pela família e vítimas da própria sorte e da maldade alheia.

Entretanto, o Dr. Phillippe Pinel surgiu no século XVIII com um novo olhar sobre a psiquiatria. O médico francês que é considerado o pai da psiquiatria, desenvolveu estudos e métodos para o tratamento de transtornos mentais com foco no cuidado com as emoções.

Nos anos que sucederam, apesar da grande evolução da medicina nos últimos cem anos, os transtornos psiquiátricos ainda são vistos com certo tabu por muitas pessoas. 

Na última década, viu-se um movimento mais preocupado com os cuidados acerca de saúde mental, inclusive ganhando ainda mais holofotes nos últimos anos, visto a vulnerabilidade em que a pandemia lançou a maioria da população mundial, que vem se preocupando mais com a saúde mental de forma geral, principalmente em relação à ansiedade e depressão.

Como se forma um psiquiatra?

A formação de um psiquiatra é bem criteriosa. Ele precisa concluir a graduação de seis anos em medicina e obter o título de médico. Após isto, são necessários, no mínimo, mais três anos dedicados à residência médica na psiquiatria, para que ele se torne especialista em transtornos mentais. Ainda, o psiquiatra pode fazer mais um ano de residência em uma subespecialidade da psiquiatria, a fim de aprofundar ainda mais seu conhecimento acerca de uma área de interesse.

Durante a residência – que é a prática diária em contato com pacientes e métodos voltados aos transtornos mentais – o psiquiatra adquire conhecimentos e práticas sobre a saúde mental como um todo, estando próximos de atendimentos de diferentes transtornos mentais, dos transtornos de humor, como da depressão, às psicoses.

Ou seja, para ser um médico psiquiatra, habilitado em realizar diagnósticos e tratamentos acerca da saúde mental, é necessário um mínimo de nove anos de estudo e prática, entre faculdades, institutos, clínicas, hospitais e mentorias.

O que um psiquiatra faz?

O psiquiatra é o médico responsável pelo diagnóstico e tratamento de transtornos mentais, dos mais leves aos mais graves, indo dos transtornos de humor como depressão, distimia, transtorno bipolar, insônia, ansiedade e burnout até esquizofrenia, psicose e transtornos de personalidade como a síndrome de borderline.

A formação e experiência do médico psiquiatra o confere conhecimentos aprofundados sobre os fatores biológicos e neuroquímicos dos transtornos mentais. Além disso, também está preparado para ouvir o paciente de forma atenta, afetuosa e cuidadosa, trazendo conforto e assertividade no tratamento.

O atendimento do psiquiatra costuma ser em encontros mensais, a partir do momento em que o paciente busca pela sua ajuda. A frequência pode variar de acordo com cada caso e tratamento. Num primeiro momento, o psiquiatra vai ouvir suas queixas e histórico, a fim de definir um possível diagnóstico e iniciar o tratamento com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do paciente e reduzir danos à saúde física e à vida social.

A solicitação de exames e prescrição de medicamentos é uma das atribuições do psiquiatra, que pode fazê-los caso haja a necessidade, a fim de haver um diagnóstico preciso e tratamento adequado.

Qual a diferença entre um psiquiatra e um psicólogo?

Tanto o psiquiatra quanto o psicólogo são profissionais de saúde mental que podem diagnosticar e tratar transtornos mentais e problemas de ordem emocional que trazem sofrimento. As principais diferenças entre os dois estão na formação, abordagem e tratamento.

Enquanto o psicólogo possui formação de cinco anos em psicologia, pode realizar tratamentos de depressão, ansiedade e outros transtornos através da psicoterapia, o psiquiatra é um médico que passa por especialização como você viu acima e pode recomendar o uso de medicamentos e exames adicionais.

De modo geral, quando se está em sofrimento emocional agudo, a recomendação é que se procure primeiro o psiquiatra, pois o profissional pode ser mais assertivo acerca do tratamento para a saída daquela situação, inclusive recomendando psicoterapia posterior com um psicólogo.

É importante lembrar que tanto o psiquiatra quanto o psicólogo estão habilitados para lidar com questões de sofrimento emocional e transtornos mentais. Ou seja, caso sinta sofrimento desta ordem, o fundamental é buscar ajuda.

Além do mais, o psiquiatra e o psicólogo podem atuar juntos para o tratamento de diversos transtornos mentais, principalmente depressão, ansiedade, insônia e vícios. Enquanto o paciente realiza o acompanhamento mensal ou bimestral com o psiquiatra, a psicoterapia semanal com o psicólogo é realizada para melhor aproveitamento, o que aumenta as chances de sucesso do tratamento.

É possível consultar um psiquiatra online?

Com a pandemia, muitas pessoas viram a maior possibilidade de consultas online, com o uso da telemedicina, em diversas especialidades. E, uma delas, é a psiquiatria. 

É possível consultar um psiquiatra online de forma bem semelhante ao atendimento presencial. Você marca o dia e horário com o seu médico pelo plano de saúde ou particular e, ao chegar no dia da sua consulta, você e o seu psiquiatra realizarão uma chamada virtual para o seu atendimento.

Assim como no atendimento presencial, ele vai ouvi-lo atentamente para entender o que motivou aquela consulta. Deste modo, ele pode indicar diagnósticos e tratamentos para o seu caso.

Buscar ajuda e pensar em si não deve ser um tabu

Buscar ajuda psiquiátrica é um ato de autocuidado e de amor-próprio, quando buscamos auxílio para lidar com sentimentos e situações que não estamos preparados, e isto não deve ser um tabu. Não tenha medo de procurar ajuda e conte com esse profissional para ter uma melhor qualidade de vida.

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