A exemplo do caso Lázaro – o serial killer de Goiás – o transtorno de personalidade antissocial pode levar a crimes. Entenda.
O caso de Lázaro Barbosa de Sousa – que ficou conhecido como o serial killer de Goiás e assustou o Brasil – fez muita gente pensar acerca da crueldade dos atos deste homem e se perguntar como poderia ser tão macabro.
O que acontece é que Lázaro possuía o Transtorno de Personalidade Antissocial, transtorno mental que pode dar sinais ainda na infância e que o impediu de ter empatia e o impelia a não respeitar os códigos de conduta, leis e construtos sociais. Pessoas com esse transtorno podem se tornar serial killers, estelionatários, infringir quaisquer regras e leis pensando apenas no seu próprio benefício.
O Doutor Henrique Bottura, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria Paulista, afirmou em entrevista ao R7 sobre o Caso Lázaro que “os antissociais têm uma deficiência. Eles não têm a capacidade de se colocar no lugar do outro, então eles agem para atender às próprias necessidades, mesmo que elas possam gerar dor e sofrimento. O serial killer é uma pessoa fria de alma, que não tem capacidade empática e não tem noção do que a sociedade espera dele. Portanto, ele age somente para atender o seu anseio e não interessa o que o outro sinta.”
Você pode conferir a entrevista na íntegra aqui.
Mas como identificar os sinais de uma pessoa com Transtorno de Personalidade Antissocial, que pode ser um psicopata ou sociopata?
Essa é uma tarefa bastante difícil, pois os sinais podem ser sutis àquelas pessoas que convivem com eles, gerando desconfiança quase nula. Entretanto, há alguns padrões de comportamento que, se muito bem observados, podem dar algumas pistas, confira a seguir.
Os sinais e sintomas do Transtorno de Personalidade Antissocial
De forma geral, podemos afirmar que pessoas com Transtorno de Personalidade Antissocial não se importam absolutamente em nenhum grau com o outro ou com qualquer coisa que esteja em seu caminho. Elas podem manipular severamente outras pessoas, realizar fraudes e estelionatos e ir às vias de fato de julgarem necessário para realizarem os seus objetivos.
Eles costumam se mostrar altamente confiantes, sedutores, teimosos e ter uma autoestima bastante elevada, ao mesmo tempo em que podem se colocar como vítimas do mundo, os injustiçados, atropelando qualquer coisa para conseguirem o que desejam.
Quando são contrariados, os pacientes com Transtorno de Personalidade Antissocial podem ficar extremamente agressivos, tanto verbalmente quanto fisicamente, ferindo pessoas próximas e relações.
Também apresentam impulsividade em suas escolhas de vida, tomando atitudes muitas vezes drásticas e sem nenhum critério, que podem modificar toda sua vida. Esta característica também está presente em pessoas com Transtorno de Personalidade Borderline.
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Os antissociais também têm propensão a se envolver com ilícitos de vários tipos, sejam contra outras pessoas, patrimônios ou contra si mesmos, abusando de drogas e infringindo leis de trânsito em uma direção perigosa.
O ponto crucial é que não apresentam qualquer sinal de empatia ou remorso, sendo convictos do que fazem e falam, buscando seus próprios méritos e realização de desejos e objetivos doa a quem doer e esses sinais podem começar aos poucos anos de idade.
Como destacado pelo Doutor Henrique Bottura ao Portal R7, “já na infância existem alterações que mostram que aquela pessoa tinha uma incapacidade empática. Por exemplo, agir de maneira dissociada das necessidades, do que é socialmente correto, muitas vezes maltratar animais. [Essas crianças] têm problemas de comportamento, de não respeitar autoridade e mostrar uma insensibilidade com o outro já desde a infância.”
Como é realizado o diagnóstico e o tratamento?
O diagnóstico do Transtorno de Personalidade Antissocial é realizado pelo psiquiatra, que leva em conta os critérios acerca deste transtorno. O paciente que se encaixe na descrição dos sintomas, principalmente aquele que nutre desprezo por pessoas e instituições, falta de empatia, impulsividade, imprudência, irresponsabilidade, agressividade, que use de manipulação e mentiras e que tenha apresentado desvio de conduta grave ainda na infância, tem uma grande possibilidade de ser diagnosticado.
Também é preciso estar atento para que haja a diferenciação deste transtorno com outros transtornos de personalidade, como é o caso do Borderline e de problemas causados pelo abuso de substâncias que promovam desvios de conduta.
O tratamento, de modo geral, visa reduzir os possíveis danos a si mesma e aos outros que esta pessoa pode causar, já que não há formas ainda conhecidas de remissão do transtorno.