Ainda há muito preconceito quando o assunto é tratamento psicoterápico. Mais ainda, tratando-se de intervenção medicamentosa para o tratamento da depressão. O estigma acerca dos antidepressivos ainda é muito grande e a informação equivocada sobre os efeitos de seu uso pode prejudicar muitas pessoas que sofrem de transtornos mentais e precisam de ajuda profissional.
A crença de que antidepressivos viciam é errônea e só prejudica quem precisa de ajuda. Muito dessa crença, dá-se à classificação dos anti-depressivos como medicamentos de receita controlada, ou seja, a receita deve ser retida no ato da compra. Este procedimento acontece como medida de segurança, a fim de evitar o uso indiscriminado de quaisquer medicamentos com princípios ativos concentrados.
Um exemplo disso, são os medicamentos à base de codeína. Este composto não faz parte de antidepressivos, mas é um poderoso analgésico utilizado para tratamento de dores intensas e tem potencial viciante quando usado indiscriminadamente. Por isso a necessidade do controle de receita.
A seguir, vamos explicar um pouco mais sobre como o cérebro funciona, o porquê da relação entre conexões neurais e distúrbios mentais e como os antidepressivos agem para ajudar.
Como o cérebro funciona
A comunicação entre os nossos neurônios é feita através de neurotransmissores. Estes neurotransmissores são como pontes móveis que se conectam sempre que uma determinada informação precisa ser transmitida de um neurônio para o outro. Em uma pessoa com algum transtorno mental, como a depressão, essa comunicação pode ser afetada, fazendo com que ela não aconteça de maneira adequada ou, até mesmo, que ela não ocorra em algumas partes do cérebro. Isto explica a falta de interesse para determinadas atividades antes prazerosas, dificuldades de concentração e distúrbios de apetite, por exemplo.
O papel dos antidepressivos na saúde mental
Tendo isso em mente, eis que se esclarece a função dos antidepressivos: para que essas pontes móveis de conexão neural sejam ‘consertadas’. Os seus variados compostos, dependendo de cada princípio ativo de cada antidepressivo específico, trabalharam nas comunicações químicas naturais que ocorrem no cérebro – sim, no nosso cérebro ocorrem reações químicas naturalmente – fazendo com que o indivíduo consiga, aos poucos, restabelecer esta comunicação de maneira natural.
O objetivo do tratamento com antidepressivos não é tornar o paciente dependente dos medicamentos, muito pelo contrário. O que se deseja é ajudá-lo a recuperar suas conexões neurais naturais, através do auxílio desses remédios.
Cada pessoa necessita de um tratamento diferente
É evidente que algumas pessoas fazem o uso de antidepressivos durante um longo tempo, o que pode fazer algumas pessoas a acreditarem no mito e que antidepressivos viciam. No entanto, o que acontece, nesses casos, é uma diferença de resposta que varia de pessoa para pessoa. Assim como quem procura atendimento psicoterápico não reporta problemas iguais, cada pessoa tem uma reação diferente a medicamentos diferentes e, portanto, um prazo de resposta que pode variar de acordo com cada situação.
Conviver com a depressão: danos irremediáveis
O que deve-se ter em mente é que os problemas acarretados pela depressão são demasiadamente maléficos e que os antidepressivos podem ser de essencial ajuda para os pacientes que desejam viver uma vida melhor. As consequências de uma depressão negligenciada podem ser inúmeras e graves e não há melhor ajuda do que a orientação de um profissional de saúde mental: um psicólogo ou psiquiatra.
É importante salientar, também, que apenas o psiquiatra é o profissional capacitado para prescrever medicamentos como o antidepressivos, pois estes profissionais da saúde têm formação em medicina e especialização em questões mentais através de anos de prática e formação adicional.
Vamos nos ajudar?
Agora que você já sabe que os antidepressivos definitivamente não viciam e são de grande auxílio para ajudar milhares de pessoas a livrarem-se de doenças terríveis como a depressão, aliados a um processo terapêutico, é hora de disseminar a notícia. Desse modo, você pode ajudar a quebrar os tabus referentes às doenças mentais – que ainda são muitos. Assim, mais pessoas se sentirão à vontade para buscar auxílio de um profissional de saúde mental e não terão receios de utilizar medicamentos que lhe trarão benefícios. Cuidar de si é fundamental e um olhar de compaixão pelo outro é o motivo da existência humana.
Se precisar de ajuda, estamos aqui
Caso você esteja passando por alguma situação na sua vida e que precise da ajuda de um profissional, saiba que a equipe da Psiquiatria Paulista está à sua disposição. Não tenha medo de compartilhar seus problemas conosco, queremos ouvir e ajudar você. Entre em contato conosco por aqui mesmo.