Em um mundo cada vez mais conectado, é difícil, para uma pessoa, manter sua atenção em algo por muito tempo, diante da grande quantidade de informações recebidas a cada minuto. Seja através do celular, do computador, da televisão ou em conversas presenciais, a demanda por atenção é enorme tanto no trabalho, como dentro de casa e também ao encontrar amigos e na vida social.
Em uma pesquisa realizada no Canadá foram entrevistadas 2 mil pessoas. Elas participaram de jogos online, para que fosse avaliada a capacidade de concentração de cada uma delas. Após os jogos, foram realizados eletroencefalogramas em 112 delas, que se ofereceram como voluntárias. A conclusão deste estudo foi que o tempo médio que uma pessoa consegue prestar atenção em algo é de oito segundos. O estudo concluiu também que esta redução, em comparação a anos anteriores, é fruto direto do acesso diário e sistemático que as pessoas têm hoje a mídias digitais e a dispositivos portáteis.
O que é o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade)
O déficit de atenção é caracterizado basicamente pela incapacidade que tem uma pessoa de manter sua concentração em atividades triviais do cotidiano, e também pela ocorrência frequente de ações hiperativas ou compulsivas.
Conhecido por profissionais da saúde mental como Distúrbio de Déficit de Atenção (DDA), este problema é provocado por uma disfunção neurológica no córtex pré-frontal: que é a área cerebral responsável pela organização, atenção, controle de impulsos, entre outros.
Esta área atua sobre as nossas escolhas de estratégias comportamentais e comportamento emocional. A disfunção pode ser provocada pela insuficiência do neurotransmissor dopamina, por exemplo.
Quando o déficit de atenção é acompanhado por hiperatividade, o quadro clínico passa a ser o famoso TDAH. A diferença básica entre ambos é que a pessoa com DDA costuma apresentar agitação menos intensa em comparação àquela com TDAH. Outra diferença relevante é que o DDA costuma aparecer apenas na fase adulta, enquanto o TDAH pode ser observado desde a infância.
Características
Até receber um diagnóstico preciso, a pessoa com DDA costuma ser vista como distraída e naturalmente agitada. Contudo, o quadro de DDA traz como principais características uma dificuldade sistemática de organização do espaço e do tempo, o adiamento de tarefas (procrastinação) e a dificuldade de rever e aprender com os erros.
Pessoas com DDA também podem apresentar falta de motivação frequente, dificuldade intensa de terminar tarefas e fazer planos para o futuro. Também é possível que apresente dificuldades na expressão dos seus sentimentos, ao ouvir outras pessoas e ao aguardar a sua vez para fazer ou falar algo, além de apresentar uma sensação de tédio e apatia usual.
Tratamento
O DDA é um quadro clínico complexo que precisa ser avaliado por profissionais qualificados. Quando o diagnóstico é definido, existem diferentes terapêuticas para amenizar os seus impactos, já que este quadro clínico não possui cura.
A principal delas é a psicoterapia, que vai permitir ao paciente reconhecer as situações em que o DDA se expressa de forma mais evidente e pensar junto ao terapeuta em estratégias para reduzir a sua ocorrência. Isto é fundamental, principalmente em contextos como os estudos e o trabalho, nos quais a falta de atenção pode prejudicar o desempenho e a vida da pessoa como um todo.
Casos mais crônicos e intensos de déficit de atenção podem precisar de psicoterapia associada à prescrição de medicamentos, que buscam atingir um equilíbrio biológico, para permitir que a pessoa tenha uma vida funcional. Além disso, é essencial que esta pessoa tenha uma rede de apoio que reconheça as suas necessidades e a ajude a lidar com este problema.
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