As dependências, sejam elas quais forem, são problemas bastante recorrentes na sociedade atual. Elas podem ter origem em uma predisposição genética, surgir em um momento desafiador, para aliviar dores emocionais ou um vazio existencial, ou ainda a partir de um comportamento que é tendência na sociedade ou grupo social.
A história começa quando a pessoa acrescenta esse prazer artificial ao seu dia a dia. A princípio, ela entende que tem controle sobre a situação e pode imaginar que continuará a tê-lo, mas em muitos casos o que acontece depois é bem diferente. O prazer inicial torna-se menor com o tempo, e a necessidade de buscá-lo torna-se maior. Assim, a pessoa se torna dependente.
A dinâmica das dependências
Existem quatro elementos centrais que caracterizam uma dependência:
1- perda de controle;
2 – tendência a aumentar o comportamento de dependência, realizando-o com mais frequência e/ou mais intensidade;
3- manutenção do comportamento de dependência, mesmo com os prejuízos que passam a existir.
4 – presença da fissura, ou seja, o sentimento de vontade absurda de contato com a substância ou realização do comportamento.
Segundo o psiquiatra e diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista, Dr. Henrique Bottura, “em geral todos os comportamentos que causam dependência, quer sejam de substâncias ou dependências comportamentais, acontecem mediados pela liberação de substâncias na área de gratificação cerebral. Com o aumento das doses, a dependência vai se estabelecendo. A pessoa passa a ter problemas em função do comportamento e, mesmo com os problemas, não consegue parar.”
É importante salientar que o risco de desenvolver uma dependência não está só relacionado às substâncias químicas, como o álcool, as drogas e o tabaco. Se a pessoa não tem equilíbrio, poderá construir dependências diversas. Como exemplo, temos os dependentes de comida, compras, sexo, jogos, internet, medicamentos, etc.
A dependência química
A dependência química, considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um transtorno mental, além de um problema social, afeta os indivíduos que fazem uso constante de determinadas substâncias.
As substâncias que atuam no sistema nervoso central, alterando a forma do pensamento, da ação, e dos sentimentos da pessoa, são denominadas drogas psicoativas. Elas causam desequilíbrio no metabolismo químico do organismo.
Na dependência química, em geral, há um grande descontrole da pessoa no uso da substância (que pode aumentar com o tempo) e, por outro lado, temos a síndrome da abstinência, que acontece quando a pessoa cessa seu uso destas substâncias.
O tabagismo
Em todo o mundo, cerca de 780 milhões de pessoas dizem querer parar de fumar, porém nem sempre elas têm acesso às formas de fazê-lo. A OMS afirma que o tabagismo deve ser considerado uma pandemia, ou seja, uma epidemia generalizada, e como tal precisa ser combatido. O vício em cigarro tem como agravantes a dependência psicológica e a relativa aceitação social relacionada ao seu uso.
O cigarro tem a capacidade de oferecer ao fumante um momento de relaxamento. Deste modo, a pessoa tem uma alternativa imediata para escapar de emoções desagradáveis. Então, o tabagismo contribui para a formação de um círculo vicioso, uma vez que o problema que causa a emoção negativa não está sendo resolvido, apenas disfarçado.
Para combater o uso de cigarro existe o Dia Mundial sem Tabaco, que acontece no dia 31 de maio. Verifique se há ações relacionadas a este dia em sua região – e participe!
O tratamento para as dependências
O Dr. Henrique Bottura alerta que, quando as pessoas percebem que têm um comportamento dependente, a primeira ação a ser realizada é tentar controlar o comportamento, caso sejam capazes de ter domínio sobre ele. Caso a pessoa perceba que já perdeu esta capacidade de controle, será necessário buscar ajuda.
Para cada tipo de dependência, o tratamento pode variar. Cada indivíduo possui características diferentes, sejam as características pessoais, como a personalidade, e ainda a quantidade e a frequência dos comportamentos de dependência.
O primeiro passo é a motivação do paciente, ou seja, é primordial que a pessoa queira parar aquele comportamento. Além disso, é importante que haja a redução da exposição ao comportamento dependente. Em alguns casos é necessário adicionar controles externos, para que a pessoa reduza o comportamento de dependência.
O Instituto de Psiquiatria Paulista possui diversos profissionais capacitados para lidar com os comportamentos de dependência. Caso sinta necessidade, não deixe para depois. Priorize sua saúde e qualidade de vida! Agende uma consulta conosco.