A ansiedade é um sentimento natural do ser humano, com o qual convivemos diariamente. Quem nunca se sentiu preocupado ou criou uma grande expectativa diante de alguma situação importante? No entanto, se a sensação de ansiedade deixa de ser esporádica e se transforma em episódios de sofrimento e desespero agudo, você provavelmente está presenciando crises de ansiedade.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, 18,6 milhões de brasileiros conviviam com o transtorno, o maior número de pessoas com a doença em um país no mundo. Ainda segundo o órgão, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o 5º país mais depressivo.
As estatísticas preocupam os especialistas e, mais do que isso, preocupam aqueles que convivem com quem sofre com esses transtornos, pois muitas vezes quem está próximo se sente de mãos atadas diante de uma situação de emergência.
Vivenciar uma crise de ansiedade não é uma situação fácil de lidar, tanto para quem está sofrendo quanto para quem presencia. Os observadores que não estão familiarizados com a situação ou entram em pânico ou paralisam por não saberem como agir diante do cenário. O fato é que nenhuma das opções anteriores ajuda a pessoa que está em sofrimento.
O que é a crise de ansiedade?
Também conhecida como crise de pânico ou ataque de pânico, a crise de ansiedade é caracterizada por um momento em que os sintomas de ansiedade se manifestam de forma acentuada e súbita, com sintomas físicos importantes acompanhados de medo e preocupação intensas.
Estes sintomas estão vinculados à ativação do nosso sistema nervoso simpático, também conhecido como o sistema de reação de luta ou fuga. Alguns sintomas da crise de ansiedade podem variar de indivíduo para indivíduo, mas em geral, incluem:
- Dor no peito;
- Suor intenso;
- Palpitação;
- Tremores;
- Náusea e/ou vômitos;
- Falta de ar e/ou sensação de sufocamento;
- Medo de perder o controle;
- Medo de morrer;
- Sensação de desmaios;
- Sensação de estar fora de si.
Como os sintomas costumam surgir sem motivo aparente, eles tendem a assustar o indivíduo que pode facilmente confundir os sintomas com algo orgânico, como um infarto. Quando há suspeita de crise de ansiedade de um indivíduo que não realiza acompanhamento psiquiátrico e não possui suporte medicamentoso, é importante que a pessoa seja acalmada, e que seja encaminhada para um atendimento especializado, no intuito de investigar o ocorrido.
O que causa uma crise de ansiedade?
Não existe uma única causa que leva a pessoa a sofrer uma crise de ansiedade. Alguns fatores, sozinhos ou combinados, podem servir como gatilho para as crises, tais como: situações de estresse, depressão, traumas psicológicos, doenças físicas e até mesmo aspectos genéticos que podem influenciar nesse sentido.
Vale ressaltar que os motivos ou “gatilhos” das crises variam de pessoa para pessoa, e a identificação dos mesmos é de profunda importância para um tratamento e controle adequado. Desta forma, o acompanhamento psicológico ou psiquiátrico se faz importante desde o primeiro episódio, para que as crises não se tornem recorrentes, desencadeando um transtorno de ansiedade.
Como ajudar alguém durante uma crise de ansiedade?
É essencial oferecer um ambiente seguro e acolhedor, que priorize a escuta e a presença. Além disso, você também pode contribuir de algumas outras maneiras como:
- Ajude com a respiração
Encorajar a pessoa a respirar com calma é importante para quebrar o ciclo de respiração ofegante, promover o relaxamento muscular e desacelerar o pensamento. Demonstre presença e encoraje a pessoa em crise a realizar um exercício de respiração junto com você.
- Faça contato visual
O contato visual é mais uma demonstração de presença. Durante uma crise, é importante que o indivíduo sinta que não está sozinho e, mais do que isso, a troca de olhares será um ponto de referência para que ele possa se centrar, fazendo com que se concentre em outras coisas e se esqueça dos pensamentos ruins.
- Saia para dar uma volta
O ambiente em que a crise começou pode causar desconforto. Convide a pessoa a fazer uma caminhada e leve-a para um outro lugar tranquilo.
- Priorize a escuta ativa
Cada pessoa lida com a crise de ansiedade da sua maneira. Algumas pessoas preferem desabafar, outras sentem vergonha. Por isso, sempre pergunte se ela tem algo a dizer. Ofereça uma escuta ativa e empática, que não minimize o seu sofrimento, sem frases que demonstrem incompreensão ou que digam como ela deveria se sentir.
- Respeite o espaço da pessoa em crise
Algumas pessoas preferem receber toques carinhosos, outras não. Se a pessoa não quer contato físico, não force; se ela não quer falar, não insista. Neste momento, você deve respeitar o espaço da pessoa e acolhê-la a partir das demandas dela, e não do que você acredita ser o ideal.
Procure ajuda profissional
Se você estiver passando por um momento difícil ou conhece alguém nessa situação, saiba que a ajuda profissional é essencial para vencer esse obstáculo. As crises de ansiedade têm cura e não se deve sofrer com isso para sempre.
Procure ajuda psiquiátrica antes que haja a evolução do quadro, o que pode dificultar o tratamento. Estamos aqui para ajudar você! Basta clicar aqui para marcar uma consulta.