Cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem atualmente com esta condição. O Burnout é caracterizado como uma fadiga física e mental relacionada ao trabalho. Os trabalhadores podem ficar esgotados quando sentem que não têm controle sobre suas vidas cotidianas, sentindo-se sugados por suas tarefas laborais. O aspecto da quantidade de horas trabalhadas é relevante, mas não é o único. O estresse crônico e a tensão emocional gerados por condições físicas, psicológicas e emocionais do ambiente de trabalho também são grandes causadores desta condição.
Henrique Bottura – psiquiatra e diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista – alerta que a sensação de esgotamento físico e psicológico gera perda de prazer na atividade profissional. Para se proteger das questões externas (pressão), é estar bem estruturado internamente. A organização da vida como um todo, a organização das rotinas pessoais, da própria saúde (tanto a física quanto a mental), isso é a maior proteção que a pessoa pode ter. Quando se volta para a questão do trabalho propriamente dito, a comunicação, a boa interação com a empresa, com a chefia, a identificação com os valores do local de trabalho fazem a diferença.
Um trabalhador nesta condição precisa ter um pequeno distanciamento da atividade profissional para ter uma reflexão profunda sobre o que está gerando esta sobrecarga emocional no trabalho. Via de regra, quando esse quadro começa a evoluir muito, o afastamento das atividades de trabalho pode ser necessário, assim como mudanças de estilo de vida. O primordial é que o indivíduo saiba monitorar a própria vida, avaliar o próprio funcionamento, para poder estabelecer as mudanças necessárias: melhorar o sono, melhorar as relações, adequar a alimentação, manejar o stress.
Para escutar a entrevista do Dr. Henrique Bottura, concedida à Rádio Record, clique aqui.