É normal criarmos laços afetivos ao longo de nossas vidas, afinal, como dizia o saudoso cantor e compositor Tom Jobim: “é impossível ser feliz sozinho”. Mas até que ponto as relações sociais e afetivas são benéficas, e quando elas podem se tornar fonte de sofrimento emocional?
O que é a dependência emocional?
A dependência emocional é um padrão de comportamento no qual uma pessoa se torna excessivamente dependente de outra pessoa para satisfazer suas necessidades emocionais. Esse tipo de comportamento costuma estar associado, na maioria das vezes, a relacionamentos amorosos.
O que poucos sabem é que esse tipo de comportamento também pode ocorrer em qualquer tipo de relação: familiar, amistosa, profissional e até mesmo com objetos, animais ou substâncias. A verdade é que não existe uma regra definida para isso.
Quando a dependência emocional pode se tornar um problema?
Nas palavras do Dr. Henrique Bottura, psiquiatra e diretor clínico do Instituto de Psiquiatria Paulista: “De certa forma, todos somos dependentes emocionalmente, precisamos de outras pessoas. Algumas pessoas têm necessidade maior provavelmente por ter uma insuficiência no próprio eu, uma insuficiência na própria confiança, que permita que ela dê conta de lidar com os desafios da vida”.
Além de ser natural, é uma necessidade nossa como ser humano estabelecer laços afetivos ao longo da vida, mas nem sempre nos damos conta do quanto nossas relações podem ser saudáveis – ou não.
A dependência emocional pode se tornar um problema quando a pessoa passa a depender exclusivamente de algo ou alguém para se sentir feliz e emocionalmente equilibrada. Isso pode levar a comportamentos autodestrutivos como ciúmes excessivos, insegurança, medo de rejeição e falta de autoestima, afetando negativamente a qualidade de vida e as relações interpessoais.
Além de afetar negativamente os relacionamentos interpessoais, a grande problemática por trás dessa dependência está no quanto ela pode influenciar o desenvolvimento pessoal do dependente, que passa a se enxergar incapaz quando está só.
Como a dependência emocional afeta nosso estado mental?
Em geral, a dependência emocional pode se manifestar de diversas formas, como: busca constante por atenção, aprovação e validação, medo intenso de abandono, baixa autoestima, ciúme excessivo e comportamentos controladores.
Essa dependência pode elevar os níveis de ansiedade, depressão e insegurança, devido à necessidade constante de validação e aprovação dos outros para estar bem consigo mesmo.
Nos relacionamentos amorosos, pessoas que apresentam esse comportamento geralmente têm dificuldade ao lidar com a solidão e a separação, e muitas vezes se envolvem em relações tóxicas e abusivas.
Uma pessoa emocionalmente dependente também pode se considerar incapaz de tomar decisões de forma independente, o que pode dificultar a realização de seus objetivos pessoais e profissionais.
Como superar a dependência emocional?
Além do apoio familiar, o tratamento para a dependência emocional também exige dedicação e suporte profissional. A psicoterapia pode ajudar as pessoas a identificar padrões de pensamento negativos e substituí-los por pensamentos mais positivos e realistas, além de ajudar a entender a raiz desse tipo de comportamento. A terapia também pode ajudar a pessoa a desenvolver habilidades para lidar com a ansiedade e o estresse, contribuindo para outras situações do dia a dia.
Fica o conselho do Dr. Bottura: “Para se livrar dessa dependência emocional, a pessoa precisa desenvolver competências, segurança, amor-próprio, autodirecionamento (percepção de capacidade de dar conta daquilo). O caminho é sempre para algo terapêutico — ou seja, a psicologia clínica — que ajuda a pessoa a se estruturar”.
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