Depressão: o guia completo sobre este transtorno mental

Confira todos os detalhes sobre a depressão, entre causas, sintomas, tratamentos novos, quem pode ser atingido, e outras informações importantes acerca do tema.

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A depressão afeta milhões de pessoas ao redor do mundo, e, segundo dados da OMS,  este número tem crescido significativamente nos últimos anos.

Apesar do conceito de depressão estar presente em diversos debates atuais, aumentando cada vez mais sua visibilidade, seu diagnóstico e tratamento ainda é cercado por estigmas e preconceitos que trazem inúmeros prejuízos aos pacientes que sofrem dessa doença.

Por isso, neste texto, você vai encontrar informações importantes sobre a depressão, como  causas, sintomas, principais mitos, tipos de depressão e suas consequências, e quais os tratamentos mais comuns e novidades disponíveis, além de dicas de como ajudar quem você ama ou a si mesmo.

Mas antes, precisamos esclarecer o que é a depressão em si. Vamos lá?

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Feito com carinho para você 💙

O que é depressão?

Segundo o DSM-5 (Manual Diagnóstico de Transtornos Mentais) a depressão inclui “transtorno disruptivo da desregulação do humor, transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior), transtorno depressivo persistente (distimia), transtorno disfórico pré-menstrual, transtorno depressivo induzido por substância/medicamento, transtorno depressivo devido a outra condição médica, outro transtorno depressivo especificado e transtorno depressivo não especificado” (DSM-5, p. 155). 

Ainda segundo o DSM-5, o transtorno depressivo maior é a representação clássica desses grupos de transtorno, seus principais sintomas caracterizam-se em “episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração […] envolvendo alterações nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas, e remissões inter episódicas.” (DSM-5, p.155)

Em termos biológicos, a depressão é um distúrbio mental desencadeado por alterações químicas no cérebro que causam desequilíbrio nos neurotransmissores como a serotonina, dopamina e noradrenalina, responsáveis pela comunicação entre os neurônios.

A falha na comunicação entre esses neurotransmissores influencia no humor do indivíduo, que, ao contrário do que muitos pensam, não se limita a um estado de espírito, mas sim a um estado psicológico, emocional ou afetivo duradouro que causa angústia, tristeza e perda de prazer pela vida, afetando diretamente na maneira como o indivíduo se comporta e reage ao seu mundo externo. Sendo assim, a depressão pode ser considerada como um transtorno de humor.

A depressão é comumente associada como o oposto de felicidade, enquanto, na verdade, seu verdadeiro oposto é a vitalidade. Um indivíduo com depressão apresenta sintomas e sentimentos além da tristeza, como o desequilíbrio do sono, angústia, sentimento de culpa, perda de esperança, desânimo, cansaço intenso, e, em casos mais graves, ideações suicidas. É importante ressaltar como essas emoções e sentimentos desencadeados pela depressão possuem grande caráter prejudicial e limitador para o crescimento e evolução do indivíduo, fazendo-se necessária a procura imediata por ajuda médica.

Ademais, a depressão pode ser um fator para desencadear ou potencializar outros problemas de saúde de ordem física – as chamadas doenças psicossomáticas – agravando ainda mais o quadro geral, devendo ser observado com atenção.

Quais os sintomas de depressão?

Segundo o DSM-5 (p.163) os sintomas* de depressão podem ser bem variados e podem se apresentar da seguinte forma:

  • Humor deprimido constante
  • Diminuição da energia, cansaço e fadiga.
  • Perturbação do sono
  • Perda de interesse ou prazer em quase todas as atividades
  • Irritabilidade
  • Alterações no apetite para mais ou para menos 
  • Sentimento de desvalia ou culpa
  • Dificuldade para pensar, concentrar-se ou tomar decisões
  • Sofrimento
  • Disforia
  • Anedonia
  • Desesperança
  • Ansiedade
  • Perda da libido
  • Pensamentos  recorrentes de morte ideação suicida

* Os sintomas listados acima devem estar presentes quase todos os dias para serem considerados presentes, com exceção de alteração do peso e ideação suicida.

De modo geral, os sintomas de depressão causam grande sofrimento ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo, acendendo um alerta para a busca imediata de ajuda, no caso, um psiquiatra.

O que pode causar depressão?

O desenvolvimento da depressão pode estar associado a diversos fatores, tanto genéticos como externos. Algumas pessoas possuem predisposição para desenvolver depressão, entretanto, isso não significa que a doença se manifestará. Entre fatores externos que servem como desencadeadores para a depressão podemos elencar acontecimentos traumáticos na infância ou vida adulta, estresse físico e psicológico, algumas doenças sistêmicas, consumo  abusivo de drogas lícitas e ilícitas e até mesmo de certos medicamentos como a anfetamina, por exemplo.

É preciso estar atento aos sintomas e sua periodicidade para que seja possível diferenciar um episódio de tristeza prolongada entre a depressão em si. Acontecimentos traumáticos que envolvem o luto, por exemplo,  podem induzir grande sofrimento por um longo período, no entanto, de acordo com o DSM-5 a disforia do luto pode diminuir de intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, enquanto em um Episódio Depressivo Maior (EDM), o humor deprimido é persistente e incapacitador e não está ligado a pensamentos ou preocupações específicas.

Entretanto, toda situação de estresse emocional prolongado ou de grande intensidade, chamados eventos estressores, como insatisfação com o trabalho, rompimento de um longo relacionamento, morte de alguém muito importante em sua vida, traumas físicos ou psicológicos, problemas com peso e até o uso abusivo das redes sociais podem servir como “gatilho” para um episódio depressivo.

Entenda mais sobre esse tópico em:
Será que o que tenho é mesmo depressão?

Depressão como predisposição

Em alguns casos,  a herança genética causa uma vulnerabilidade biológica hereditária que pode aumentar o risco de depressão em 70%, com a contribuição de fatores adicionais como estresse diário contribuem para o seu aparecimento. Logo, se seus pais ou algum familiar desenvolveu depressão, você possui grandes chances de também desenvolver o transtorno.

É importante lembrar que não existe apenas um fator determinante para depressão, muito pelo contrário. A depressão é causada pela soma de fatores, sendo que um pode contribuir com o outro de forma que minimize a capacidade do nosso cérebro de reagir a determinados eventos, fazendo com que surjam os sintomas prolongados e, consequentemente, a depressão.

Tipos de depressão

Os transtornos depressivos conhecidos são:

Transtorno disruptivo da desregulação do humor.

A característica central deste transtorno é a irritabilidade crônica grave e irritabilidade grave consiste em humor persistentemente irritável ou zangado, onde o indivíduo apresenta explosões de raiva (física ou verbal) frequente, geralmente como resposta à frustração. Essas manifestações devem ocorrer com frequência (em média três ou mais vezes por semana), por pelo menos um ano e em diferentes ambientes físicos, como casa e escola, por exemplo. Esse distúrbio é comumente confundido com transtorno bipolar, entretanto, o transtorno bipolar caracteriza-se por episódios de perturbação do humor, enquanto no transtorno disruptivo da desregulação do humor o indivíduo apresenta esse tipo de comportamento como habitual e recorrente.

Transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior)

No transtorno depressivo maior o indivíduo apresenta humor deprimido quase todos os dias, grande diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades, perda ou ganho significativo de peso sem estar fazendo dieta, insônia ou hipersonia diária, agitação ou retardo psicomotor, fadiga ou perda de energia, sentimentos de culpa e inutilidade, capacidade reduzida de para pensar, concentrar-se ou indecisão e  pensamentos de morte (medo de morrer e ideação suicida). Todos os sintomas citados acima causam grande prejuízo na vida profissional e social do indivíduo

Transtorno depressivo persistente (distimia)

Este transtorno representa uma consolidação dos transtornos depressivo maior crônico e transtorno distímico e tem como sintomas o humor deprimido constante por pelo menos dois anos (para adultos) ou pelo menos um ano (para crianças e adolescentes) em conjunto de duas ou mais das seguintes características: 

  • Apetite diminuído ou alimentação em excesso.
  • Insônia ou hipersonia.
  • Baixa energia ou fadiga.
  • Baixa autoestima.
  • Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões.
  • Sentimentos de desesperança.

Transtorno disfórico pré-menstrual

Os sintomas deste transtorno apresentam-se na maioria dos ciclos menstruais na semana final antes do início do ciclo e apresenta melhora poucos dias depois do início da menstruação, até se tornarem mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual e pode apresentar sintomas como

  • Instabilidade afetiva acentuada
  • Irritabilidade ou raiva acentuada
  • Humor deprimido acentuado
  • Ansiedade e tensão acentuados
  • Baixo interesse em atividades habituais
  • Sentimento de subjetividade
  • Letargia, fadiga ou falta de energia
  • Alteração acentuada de apetite
  • Insônia ou hipersonia
  • Sensação de estar sobrecarregada ou fora de controle
  • Sintomas físicos como sensibilidade ou inchaço nas mamas, dor articular ou muscular, sensação de inchaço e ganho de peso.

Todos os sintomas acima causam sofrimento clinicamente significativo ou interferência nas atividades diárias como trabalhar, estudar e atividades sociais.

Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento

As características deste transtorno são induzidas por substâncias ou medicamentos e incluem os sintomas de um transtorno depressivo e transtorno depressivo maior. Já a abstinência está associada a ingestão, injeção ou inalação de alguma substância e apresenta-se de forma persistente. Seu sintoma principal é a perturbação persistente e elevada do humor (demasiado interesse ou interesse nenhum por atividades) normalmente observada no período pós intoxicação ou abstinência de substância. O DSM-5 explica como ocorre o ciclo deste distúrbio:

“Os sintomas precedem o início do uso da substância/medicamento; os sintomas persistem por um período substancial (p. ex., cerca de um mês) após a cessação da abstinência aguda ou intoxicação grave; ou existem outras evidências sugerindo a existência de um transtorno depressivo independente, não induzido por substância/medicamento (p. ex., história de episódios recorrentes não relacionados a substância/medicamento).” (DSM-5, p.175)

O transtorno depressivo tem seu início nas primeiras semanas ou após um mês de uso da substância, durante o uso da substância ou durante a abstinência, caso houver uma síndrome de abstinência.

Transtorno depressivo devido a outra condição médica

A característica essencial deste transtorno é um período persistente de humor deprimido ou diminuição significativa de interesse ou prazer em atividades, que está diretamente relacionado aos efeitos colaterais de outra condição médica. Para determinar se a perturbação do humor deve-se a uma condição médica geral, é preciso identificar a presença de uma condição médica geral e observar se ela está relacionada a essa condição por meio de um mecanismo fisiológico. 

É importante ressaltar que a lista de condições médicas que podem induzir a este transtorno não é completa, por isso, o diagnóstico clínico de um profissional é essencial para a indicação de um tratamento adequado.

Transtorno depressivo especificado

O Transtorno depressivo especificado é a categoria utilizada em situações em que o profissional opta por comunicar a razão específica causadora do transtorno. Alguns exemplos de apresentações que se encaixam neste critério são:

  • Depressão breve recorrente onde há a presença do humor depressivo e pelo menos quatro outros sintomas de depressão em um período de pelo menos 2 a 13 dias pelo menos uma vez por mês ou pelo menos 12 meses consecutivos em casos específicos, desde que o paciente não se encaixe nos critérios de outro transtorno depressivo, transtorno bipolar ou qualquer outro transtorno psicótico.
  • Episódio depressivo de curta duração (4 a 13 dias) onde há humor depressivo em conjunto com pelo menos quatro outros sintomas de um episódio depressivo maior, associados com sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo durante um período de mais de  quatro dias e menos de 14 dias, desde que o paciente não se encaixe nos critérios de outro transtorno depressivo ou transtorno bipolar.

Episódio depressivo com sintomas insuficientes onde o indivíduo apresenta afeto depressivo e pelo menos um dos sintomas de um episódio depressivo maior  associado a sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo persistente por um período de pelo menos duas semanas, desde que o paciente não se encaixe nos critérios de outro transtorno depressivo ou transtorno bipolar.

Transtorno depressivo não especificado. 

O diagnóstico deste transtorno aplica-se em situações onde haja um episódio depressivo causador de sofrimento e prejuízos significativos no funcionamento social do indivíduo mas não se encaixam nos critérios estabelecidos para o diagnóstico dos transtornos depressivos, Nessa categoria, o profissional opta por não especificar a razão pela qual os critérios para o transtorno depressivo não são atendidos e não apresenta informações suficientes para fazer um diagnóstico específico (ex.: atendimentos em salas de emergência).

Segundo o DSM-5,  existem fatores especificadores para transtornos depressivos, sendo eles sintomas ansiosos com pelo menos dois dos seguintes sintomas:

  • Tensão ou nervosismo
  • Inquietação
  • Dificuldade na concentração devido a preocupações
  • Medo irracional de que algo ruim aconteça
  • Sentimento de descontrole

Esse transtorno é especificado dentro dos seguintes níveis de gravidade:

  • Leve: Dois sintomas.
  • Moderada: Três sintomas.
  • Moderada-grave: Quatro ou cinco sintomas.
  • Grave: Quatro ou cinco sintomas e com agitação motora.

A depressão em diferentes fases da vida

Depressão em adolescentes

Identificar a depressão em um adolescente pode ser mais difícil do que em um adulto, justamente pelo fato de essa fase da vida ser repleta de mudanças difíceis e processos de amadurecimento. Ao mesmo tempo que já não se é mais criança, ainda não se é adulto e pode haver um conflito de sentimentos e noções de responsabilidade.

As características mais comuns da depressão na adolescência é um desejo de isolamento, com tendência de menor interação social. A irritabilidade pela incongruência em si mesmo pode aflorar e ficar ainda mais intensa e persistente numa depressão. 

Problemas psicossomáticos podem surgir, fazendo com que o adolescente relate dores de estômago e de cabeça frequentes, por exemplo. Um impulso extra para situações de perigo pode surgir, o que podemos chamar de ‘pulsão de morte’.

O surgimento dessa depressão tem forte participação dos hormônios, juntamente com a pressão dos amigos e círculos sociais; a fase de distanciamento e desvinculação dos pais; conflitos familiares; dificuldades na escola representadas por notas baixas; falta de capacidade de encontrar seu lugar no mundo e a dificuldade para processar e discernir as emoções, que são eventos causadores de bastante angústia.

Também é preciso observar, com atenção, se esse adolescente não pode estar sofrendo de abuso moral ou sexual, que também são grandes causadores de uma depressão bastante silenciosa.

Por isso, é preciso manter um diálogo aberto e saudável com esse adolescente, para que se identifique possíveis problemas e também permita que o adolescente se abra e diga o que sente. Conversar sobre as mudanças da fase, sentimentos, depressão e até mesmo suicídio, é importante para que ele não se sinta tão sozinho.

E à mínima desconfiança de que possa ser uma depressão, peça a ajuda de um psiquiatra, psicólogo ou converse com o médico da família em um primeiro momento, para que o encaminhamento correto seja feito.

Depressão em idosos

Assim como a depressão em adolescentes, a depressão em idosos tem uma forma diferente de se manifestar e desenvolver. Quem já teve depressão na fase adulta, pode ser um candidato a sofrer com a doença novamente na velhice. Outras pessoas também podem desenvolver a doença sem nunca tê-la tido antes, devido à percepção dos efeitos da idade em si mesmo, que pode causar angústia profunda.

Geralmente, também, a depressão em idosos pode ocorrer, pois o idoso vê a perda do seu papel social, sentindo-se menos integrado à sociedade e seus meios de convívio, menos útil e também pelo enfrentamento de dificuldades físicas no corpo. Inclusive, as doenças como o Alzheimer e Parkinson podem contribuir para o desenvolvimento ou agravamento de uma depressão.

No entanto, em ambos os casos, a depressão no idoso tem sintomas que são sentidos de forma diferente e precisam de mais atenção de quem está por perto para conseguir identificá-los.

Entre as principais manifestações da depressão no idoso, estão:

  • Dificuldade para alimentar-se da forma correta
  • Problemas para dormir (insônia)
  • Queixa de dores físicas
  • Problemas de memória 
  • Querer isolar-se ou manter-se recluso

Para conseguir identificar uma possível depressão no idoso, é preciso estar atento às pequenas atitudes e queixas, duvidando do famoso argumento de ‘coisas da idade’. 

Se ele se queixa de algum dos sintomas que citamos acima com muita frequência ou vive em médicos para ‘encontrar doenças’ pelas dores que sente, deve-se levar em conta as feridas emocionais e um possível início de depressão. Cuidado com achar que o idoso está reclamando para chamar atenção. Analise suas falas e atitudes com cuidado e procure ajuda profissional.

Entenda mais sobre esse tópico em:
Como identificar depressão em idosos?

Depressão em relacionamentos amorosos

O que é visto como ‘falta de interesse no relacionamento’ pode, às vezes, ser fruto de uma depressão.

Os principais sintomas de depressão percebidos entre os casais e que muitas vezes podem ser interpretados de forma equivocada, são:

  • Cansaço excessivo
  • Irritabilidade
  • Falta de interesse em atividades que antes prazerosas
  • Discussões ou indisposições por conflito de interesses
  • Distúrbios de alimentação ou sono, tanto para mais ou para menos
  • Mudanças repentinas de humor
  • Vontade de isolamento
  • Vida sexual insatisfatória (perda de libido de uma das partes ou ambas)
  • Sentimento de abandono de si mesmo ou do outro

Se o seu parceiro ou parceira vem apresentando alguns desses sintomas, observe há quanto tempo isso está ocorrendo e proponha uma conversa franca e afetuosa, para entender as reais motivações desse comportamento, sem julgamentos prévios ou acusações.

Caso percebam que pode haver algum problema mais grave, como a depressão, é preciso procurar ajuda profissional, através de um psicólogo ou psiquiatra, para ajudar o seu parceiro ou parceira a enfrentar essa situação da melhor forma. 

Além disso, você pode aprender sobre a depressão e ser compreensivo, buscar e dar apoio através do afeto, ser participativo no tratamento e reinventar as atividades do casal para combater a depressão.

Também é possível a relação de duas pessoas que enfrentam a depressão simultaneamente. Inclusive, segundo relatos, muitas dessas pessoas se sentem mais confortáveis, pois sabem que o outro é empático à sua dor e paciente. É uma dinâmica bastante interessante.

Mesmo se o problema não for a depressão em si de um ou outro, mas na relação em si, o casal pode começar a fazer terapia de casal, a fim de melhorar suas dinâmicas de relacionamento e viverem com mais harmonia.

Entenda mais sobre esse tópico em:

Como a depressão pode afetar um relacionamento?

Descubra como funciona a terapia de casal

Depressão na gravidez

A gravidez provoca muitas mudanças no corpo e na mente da mulher, pela grandeza do momento em si e também pelo impacto dos hormônios. O humor tende a ficar mais instável e a sensibilidade aumenta, dando uma proporção maior a tudo.

Justamente por isso, pode ser mais difícil perceber os sintomas. Confira algumas alterações características da depressão na gravidez:

  • Tristeza: persistente e presente na maioria dos dias
  • Ansiedade: inquietude, agitação e looping de pensamentos paralisantes
  • Concentração: problemas para manter o foco e distração constante
  • Sono: insônia ou sonolência persistente
  • Apetite: aumento ou diminuição expressiva de apetite
  • Apatia: perda de prazer por atividades que antes gostava
  • Libido: perda do desejo sexual
  • Energia: redução da vitalidade
  • Sentimentos negativos: culpa e pânico
  • Ideação suicida: pensamentos sobre tirar a própria vida

Quando esses sintomas duram mais de três semanas, é preciso procurar ajuda profissional. O primeiro passo pode ser falar com o médico do pré-natal, que poderá encaminhar a grávida para um psiquiatra.

O tratamento deve ser realizado com muito critério e atenção, tendo em vista que a depressão por si só pode afetar drasticamente a saúde da mãe e do bebê, devido aos comportamentos que a mulher costuma desenvolver.

Entenda mais sobre esse tópico em:
Depressão na gravidez: como identificar os sintomas?

Depressão pós-parto?

Uma em cada sete mulheres sofrem pela depressão pós-parto, que caracteriza-se por um estado de tristeza profunda ligada a pensamentos e emoções negativas durante semanas inteiras após o nascimento da criança.

Como resultado, a mulher tem o seu humor afetado, ficando deprimida e irritada, com incapacidade de cuidar do seu próprio filho, em meio a crises de ansiedade, choro e vontade de afastamento da criança, gerando dificuldades em estabelecer vínculo com o bebê.

Logo após dar à luz, é normal que a mulher fique mais sensível e sinta-se mais vulnerável, passando por uma fase de adaptação até conseguir se estabelecer na nova rotina, o que deve se manifestar de maneira branda e pode durar mais do que algumas semanas. Caso contrário, há o alerta para a depressão pós-parto.

  • Tristeza profunda
  • Crises de choro intensas
  • Alterações frequentes de humor
  • Perda ou excesso de apetite
  • Problemas para dormir (insônia ou hipersonia)
  • Sensação de cansaço extremo
  • Irritabilidade ou crises de raiva
  • Sentimento de culpa
  • Visão distorcida de si mesmo
  • Problemas de concentração e de memória
  • Crença de não ser uma boa mãe
  • Pensamentos negativos em relação ao bebê
  • Crises de ansiedade
  • Ataques de pânico
  • Ideação suicida

A mulher que apresentar ao menos três desses sintomas além da tristeza profunda por mais do que três semanas após o parto, deve procurar um psiquiatra para avaliação, diagnóstico e tratamento. Em caso de negligência, a mãe e o bebê podem enfrentar um sofrimento profundo, que pode se refletir anos depois, a relação entre ambos.

Não há causa única e específica para a depressão pós-parto, mas acredita-se que mudanças hormonais, dificuldades com a regulação do sono e as incertezas emocionais figuram entre os fatores motivadores. Mulheres com histórico de depressão também podem ter mais chances, bem como aquelas que enfrentam falta de apoio e suporte de familiares, do parceiro ou até mesmo financeiro.

Entenda mais sobre esse tópico em:
Vamos conversar sobre depressão pós-parto?

A depressão no trabalho

Certos ambientes de trabalho, principalmente aqueles contendo excessiva competitividade entre os próprios colaboradores, um chefe autoritário e desrespeitoso, ou ainda alto volume de demandas e pressão podem ser propícios para o desenvolvimento da depressão no trabalho.

As relações também podem ser prejudiciais à saúde mental do indivíduo, portanto, é preciso saber os limites entre o que é considerado aceitável e o que já é abusivo.

Veja os principais sintomas da depressão no trabalho:

  • Procrastinação
  • Irritabilidade ou agressividade
  • Falta de motivação
  • Problemas relacionados à autoestima
  • Dificuldade de concentração 
  • Problemas frequentes na produtividade
  • Crises de choro
  • Cansaço excessivo 
  • Dificuldade nas relações com os colegas de trabalho
  • Dificuldade com a memória e atenção
  • Mudanças no padrão do sono (dormindo pouco ou demais)
  • Alterações no apetite (para mais ou para menos)
  • Dificuldade extrema para tomar decisões

O diagnóstico da depressão no trabalho é complexo. É preciso observar as outras áreas da vida do indivíduo, para saber se a causa está no trabalho mesmo ou se os sintomas apresentados que refletem no trabalho têm origem na vida familiar ou pessoal, por exemplo. Somente um especialista da saúde mental como um psiquiatra e um psicólogo podem realizar esse diagnóstico.

Preste atenção no seu ambiente de trabalho e nas relações profissionais, a fim de perceber o que pode estar trazendo prejuízos à sua saúde mental. Questione-se da seguinte forma:

  • Será que é o meu setor que me desestimula assim?
  • Tenho problemas com a minha chefia imediata ou com os meus colegas de trabalho? 
  • Não me reconheço na função que estou exercendo?
  • Sinto que preciso de mais reconhecimento ou valorização? 
  • Será que realmente me encaixo na empresa? 
  • Os propósitos da empresa estão alinhados com os meus?
Essas perguntas podem fazer você identificar o que pode ser mudado para melhorar sua saúde mental no trabalho. Fique sempre atento e busque ajuda quando estiver em sofrimento.

Entenda mais sobre esse tópico em:
Conheça o tratamento para a síndrome de burnout

Dependentes químicos e a depressão

A dependência química caracteriza-se pelo uso compulsivo de alguma substância, seja ela álcool, maconha, cocaína, metanfetamina, tabaco e até mesmo remédios controlados. Com isso, um dependente químico tem dificuldades extremas de ficar sem substância que faz uso regular por um longo tempo. O resultado vem através das crises de abstinência. 

São vários os fatores que podem transformar uma pessoa em um dependente químico, mas a maioria deles é de ordem emocional, gatilhado pelos fatores ambientais e a necessidade de fuga, falta de controle e incapacidade de lidar com a realidade.

Por isso, a dependência química pode causar depressão, já que as drogas interagem diretamente com o sistema nervoso central e, ao longo do tempo, podem provocar um desequilíbrio químico grave. Além disso, também há a dependência emocional na droga, percebida pela pessoa como necessária para estar tudo bem.

É importante salientar que a maconha também está na lista e que apesar de aparentemente promover um efeito relaxante, sua abstinência gera bastante ansiedade e também pode causar sintomas depressivos ao longo do tempo. O mesmo vale para o álcool, que por mais que seja socialmente aceito, provoca grandes transtornos.

O contrário também pode acontecer, quando a depressão vira o gatilho para o abuso de substâncias químicas, gerando a dependência e piorando ainda mais o quadro depressivo.

Entenda mais sobre esse tópico em:
Dependentes químicos têm maior probabilidade de desenvolver depressão?

Como é feito o diagnóstico da depressão?

O psiquiatra é o médico responsável pelo diagnóstico da depressão. A consulta com o psiquiatra pode acontecer por livre escolha do paciente que acreditar que esteja com a doença ou através do encaminhamento de outro médico ou um psicólogo.

Na consulta, o psiquiatra conversa abertamente com o paciente sobre a sua vida, os acontecimentos dos últimos meses e como ele vem se sentindo nesse período. Com base nos relatos trazidos, o psiquiatra pode sugerir a realização de alguns exames, que podem servir como diferenciação para o diagnóstico ou ainda indicar se a depressão pode estar sendo causada por outra doença preexistente. 

De modo geral, o diagnóstico da depressão ocorre quando, em um período de 2 semanas, o indivíduo sentiu 5 ou mais dos seguintes sintomas, além da perda de interesse em atividades que antes davam prazer (anedonia)¹ ou humor deprimido². Um destes dois sintomas destacados, deve estar presente, juntamente com os seguintes:

  • Humor deprimido: sensação de tristeza a maior parte do tempo durante os últimos dias.
  • Anedonia: falta de prazer ou interesse em realizar a maioria das atividades.
  • Falta de energia: fadiga ou sensação de perda de energia constante.
  • Dificuldade de concentração: distrai-se e não consegue manter o foco no que precisa.
  • Alteração de peso: perda ou ganho de peso não intencional;
  • Distúrbios de sono: dificuldades para dormir (insônia) ou sonolência excessiva (hipersonia) frequentes.
  • Culpa excessiva: sentimento sempre presente de culpa ou inutilidade.
  • Problemas psicomotores: agitação ou retardo psicomotor frequente, perceptível por outras pessoas.
  • Ideação suicida: pensamentos frequentes de morte ou vontade de se suicidar.

O médico psiquiatra considera o grau da depressão para escolher o melhor tratamento, já que a doença pode se manifestar de modo leve, moderado ou grave, a depender das manifestações clínicas. Ou seja, quem apresenta 2 ou 3 desses sintomas, também precisa de ajuda, mas o tratamento será diferente do que para aquele que preenchê mais critérios.

Como é o tratamento
da depressão?

O tratamento da depressão vai depender da intensidade do transtorno enfrentado pela pessoa, mas de modo geral, o tratamento conta com dois grandes aliados: os medicamentos e a psicoterapia.

Somente o médico psiquiatra pode determinar qual é o melhor tratamento, o que pode ser feito pelo paciente e acompanhar sua medicação e eficácia ao longo do tempo, sugerindo novas alternativas ou diminuindo os remédios, por exemplo.

Os antidepressivos têm um papel importante para ajudar o paciente a dar o primeiro impulso para melhora, uma vez que o cérebro possui processos bioquímicos prejudicados,  pode ser bem difícil que o paciente consiga enfrentar o tratamento sozinho. 

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o uso de antidepressivos não tem o objetivo de manter o paciente dependente dos medicamentos, muito pelo contrário. Esses medicamentos são auxiliadores em uma recuperação mais acelerada, de modo que após um determinado período de tempo, o paciente consiga, por si só, levar a sua vida sem o seu uso.

Nesse processo de recuperação, a psicoterapia tem um papel extremamente importante.

Uma linha bastante utilizada atualmente é  a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Ela pode ajudar o paciente a superar aos poucos o quadro depressivo, através de métodos de pensamento e atitudes práticas a serem aplicados em seu dia a dia. Da mesma forma que o remédio, a psicoterapia não é eterna e o objetivo é a superação do quadro depressivo, fazendo com que o paciente consiga identificar seu sofrimento, aceitar sua realidade e modificar seu ponto de vista, ressignificando seus sentimentos e atitudes, para uma vida com mais bem-estar e menos sofrimento emocional.

Em alguns casos, apenas a psicoterapia pode ser indicada, em outros, é imprescindível a união medicamentos juntamente com a psicoterapia, a fim de acelerar o processo e promover melhor qualidade de vida ao paciente.

A mudança no estilo de vida também é ponto importante no tratamento da depressão, tendo-se em vista que isso contribui fortemente com o transtorno. 

Portanto, para tratar a depressão da melhor forma, é preciso seguir as recomendações médicas, pois tanto o psiquiatra quanto o terapeuta são os profissionais capacitados para o tratamento da depressão.

Quem deseja ampliar a assertividade do tratamento com medicamentos , pode contar com o teste farmacogenético, que utiliza o material genético do paciente para determinar qual o melhor medicamento para tratar o transtorno, podendo aumentar a eficácia do tratamento em até 50%.

Para os pacientes com depressão resistente, o tratamento convencional não responde mais da maneira que deveria, trazendo prejuízos à vida do indivíduo e trazendo grande sofrimento, a cetamina surge como uma nova esperança para o tratamento desse transtorno mental. Ela tem se mostrado altamente eficaz no tratamento da depressão unipolar ou bipolar, inclusive ajudando a eliminar a ideação suicida.

Em alguns casos, a melhora é imediata, sendo eficaz em até 75% dos casos e muito mais eficiente que os tratamentos convencionais. Mas é recomendada somente para pacientes com depressão resistente que não tiveram resposta positiva aos tratamentos medicamentosos.

Como a cetamina é utilizada no tratamento da depressão?

A depressão atinge cerca de 17% da população mundial, sendo que uma a cada três pessoas não  apresenta melhora no quadro com os tratamentos convencionais (antidepressivos e psicoterapia).

No ano de 2000 foi realizado um estudo utilizando a cetamina (ou ketamina) em doses baixas para o tratamento da depressão resistente. Este estudo apresentou um resultado significativo indicando que 80% dos pacientes que já não respondiam mais ao tratamento convencional para depressão, apresentaram  grande melhora no quadro depressivo resistente a partir do uso da cetamina, apresentando resultados significativos já nas primeiras 24 horas após a infusão.

Em casos graves, em que o paciente enfrenta um estado apático e letárgico há um longo tempo, bem como quando há ideação suicida, a cetamina também é indicada, pois tem alta taxa de sucesso, cerca de 75%.

A cetamina age no cérebro de um paciente com depressão resistente, cujas áreas cerebrais que são responsáveis pelo equilíbrio emocional, aprendizagem e memória estão altamente danificadas, de forma diferente dos antidepressivos convencionais. 

Enquanto os antidepressivos atuam no sistema nervoso, nas monoaminas, a cetamina age diretamente em outro elemento, chamado glutamato, auxiliando no reparo e reconstrução de circuitos cerebrais, aumentando o número de sinapses. É como se ela produzisse uma ponte para que a comunicação entre eles fosse restabelecida.

A resposta à infusão de cetamina costuma ser ágil, mas para um tratamento efetivo, são recomendadas de 8 a 12 sessões, com infusões em intervalo de uma semana.

O tratamento com a cetamina deve ser feito por um médico psiquiatra especialista no manuseio do fármaco e em instituições estruturadas para isso.

O Instituto de Psiquiatria Paulista possui um centro de infusão de Cetamina com profissionais especializados para administrar e acompanhar todo o processo de tratamento do paciente, garantindo resultados satisfatórios a curto prazo.

Estigmas sobre a depressão e o seu tratamento

Principais mitos e verdades sobre o tratamento da depressão

A depressão ainda carrega alguns estigmas que causam um grande número de evasão e desistência do tratamento, causando sérias consequências para as pessoas que têm esse transtorno e necessitam do tratamento mas sofrem com o preconceito.

As afirmações mais comuns acerca do tratamento psiquiátrico são os estigma social levantado acerca do profissional da psiquiatria como um profissional que trata de pessoas “loucas”, a falta de confiança e comprometimento do paciente com o seu terapueta, a impaciencia e ansiedade por melhora imediata durante o tratamento, efeitos colaterai momentâneos dos medicamentos, entre outros. Tanto o tratamento psicológico quanto psiquiátrico tem como objetivo primordial auxiliar o paciente a retomar sua rotina normalmente e recuperar sua qualidade de vida, por isso, ao identificar qualquer tipo de transtorno psicológico, é importante que o indivíduo procure por assistência profissional, somente um médico é capaz de diagnosticar, prescrever tratamentos e explicar a metodologia e importância de cada procedimento. 

Selecionamos alguns dos principais motivos que levam pacientes a desistir do tratamento de transtornos emocionais como a depressão.

01. Psiquiatra é médico de louco

Mito. O psiquiatra é um médico especializado no tratamento de transtornos mentais, com mais de 10 anos de estudo entre a faculdade de medicina e a residência na área de saúde mental. Os transtornos mentais podem atingir qualquer pessoa, com predisposição genética ou não, que possam ter passado por momentos de grande impacto emocional ou longos períodos de estresse. Portanto, procurar um psiquiatra é um gesto de amor e autocuidado.

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02. Antidepressivos viciam

Mito. Há mais de 50 tipos de antidepressivos no mercado e nenhum deles tem características viciantes. Os antidepressivos são medicamentos testados cientificamente com eficácia comprovada e amplamente conhecidos dos psiquiatras com o objetivo de ajudar o paciente a superar um sofrimento emocional latente, tanto em quadros ansiosos como depressivos. . Quando o psiquiatra prescreve um antidepressivo, ele acompanha o tratamento para saber a hora de suspender a medicação, a fim de fazer o paciente levar sua vida normalmente, com a dosagem certa e até mesmo suspender a utilização. Em alguns casos isso pode ser . Mas isso pode se alongar por anos sem o risco de dependência química.. No entanto, há outros medicamentos que podem ser prescritos pelo psiquiatra para o tratamento por prazo definido e mais curto os benzodiazepínicos (por exemplo o rivotril)  que podem gerar dependência, o que não acontece com o uso de antidepressivos que podem ser utilizados por um período longo sem riscos. 

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03. O uso de antidepressivos diminui o desejo sexual

Parcialmente. Na fase de adaptação ao medicamento, pode ser que haja uma diminuição da libido em alguns casos, mas que logo volta ao normal. Vale ressaltar que este efeito inicial não é causado por todos os antidepressivos e que a própria depressão já é fator para a diminuição da libido. Se isso persistir o psiquiatra pode trocar a medicação

04. Os medicamentos propiciam o ganho de peso

Mito. Antigamente, alguns antidepressivos possuíam essa característica. No entanto, essas drogas evoluíram para não interferirem nas áreas do cérebro responsáveis pelo ganho de peso. Tal como a libido, a depressão pode levar à desregulação do apetite e o tratamento pode ajudar a restabelecê-lo.

05. O paciente fica alegre demais ou letárgico

Mito. Na fase de adaptação pode ocorrer alguma diferença na percepção do humor, mas não dessa forma. O objetivo do tratamento é justamente propiciar a normalização das emoções e qualquer alteração significativa deve ser informada ao seu psiquiatra.

06. Antidepressivos fazem mal ao cérebro

Mito. Adiar o tratamento com antidepressivos quando se é necessário, pode fazer com que determinadas áreas sejam afetadas ao longo do tempo e não consigam mais se recuperar. O tratamento correto com acompanhamento só traz benefícios à sua saúde mental. A depressão, sim, que faz mal ao cérebro.

07. Os antidepressivos modernos têm menos efeitos colaterais

Verdade. Antigamente, existiam alguns antidepressivos com efeitos colaterais desagradáveis, mas hoje já existem outros que não causam esse efeito. A farmacologia evoluiu muito nos últimos tempos para entregar medicamentos com menos efeitos colaterais em todas as áreas e os antidepressivos também se beneficiaram dessa evolução. Além do mais, pode ser indicado no seu caso a realização  do  teste farmacogenético para auxiliar o médico a ter mais assertividade e  aumentar ainda mais eficácia do tratamento

08. Os medicamentos curam a depressão

Mito. Os antidepressivos trabalham nos sintomas e eles podem não retornar de acordo com o tratamento realizado. Existem casos em que isso acontece e chamamos de período de remissão. No entanto, os medicamentos não são responsáveis sozinhos por isso. Uma série de outras indicações é realizada juntamente com o tratamento medicamentoso, o que resulta em chances muito maiores de sucesso.

09. O tratamento com antidepressivos traz mais prejuízos do que benefícios

Mito. Este é outro mito corroborado pelo preconceito acerca do tratamento com antidepressivos. Milhões de pessoas já se beneficiaram e continuam se beneficiando no mundo com bons tratamentos com antidepressivos e acompanhados por seus psiquiatras.

10. Existe um antidepressivo mais adequado para cada pessoa

Verdade. Hoje, o médico indica o melhor antidepressivo de acordo com a sua experiência e diagnóstico realizado. Se o tratamento estiver satisfatório, mantém-se aquele medicamento. Caso contrário, a troca será realizada. Em alguns casos, o teste farmacogenético, mencionado anteriormente, pode auxiliar muito na assertividade do tratamento.

11. A única forma de tratar a depressão é com medicamentos

Mito. O tratamento da depressão inclui várias outras recomendações, principalmente acerca da mudança do estilo de vida levado pela pessoa. O acompanhamento psicoterápico também é recomendado e o medicamento é uma peça fundamental para que tudo funcione da melhor forma.

Em qualquer sombra de dúvida, procure ajuda profissional

A depressão é uma doença complexa que precisa de cuidado e atenção especial para não trazer consequências ainda maiores para a vida de quem a enfrenta e de quem está por perto.

É dever de todos nós saber mais acerca do tema, para conseguirmos identificar se estamos próximos a alguém que possa estar em sofrimento e sabermos como agir para não ampliar ainda mais essa angústia.

Portanto, sempre que existir qualquer dúvida sobre o tema, pergunte a um profissional e não hesite em procurar ajuda.