No Brasil, cerca de 10 milhões de jovens e de adolescentes foram impactados pela pandemia da Covid-19, principalmente pelo isolamento social, e hoje têm buscado ajuda para voltar à rotina e aos seus afazeres pessoais e sociais. Eles estão em um momento de muito aprendizado e descobertas sobre si mesmos, seus relacionamentos, suas identidades, seus grupos sociais. Por isso, estar em uma situação de isolamento, medo e angústia alterou muito a vida das pessoas em geral, e em especial as desta faixa etária.
Os jovens vivenciam desafios diversos nesta fase de suas vidas. Em alguns casos precisam pagar seus estudos, em outros, estão iniciando seu primeiro emprego, em outros ainda, estão tendo relacionamentos amorosos pela primeira vez, experimentando “crises existenciais”, dentre muitas outras questões. Assim, ser jovem em um momento de tamanha turbulência, que vai além de uma realidade que já é tumultuada, pode gerar muito desequilíbrio. Os pensamentos e emoções ficam confusos e desfocados – o que acaba gerando muita ansiedade.
Um comportamento de paralisia nos jovens
De acordo com uma pesquisa recente online da Credit Karma (plataforma de finanças pessoais) quase um terço dos adultos da Geração Z (geração de pessoas nascidas, em média, entre a segunda metade dos anos 1990 até o início do ano 2010) vivem com seus pais ou outros parentes e planejam continuar assim. Muitos se encontram tão atolados com as preocupações financeiras, convivendo com dívidas e percebendo o aumento dos preços de tudo, que se sentem incapazes de considerar o que desejam para si mesmos no longo prazo.
Esta paralisia é muitas vezes exacerbada pela pandemia, que em mais de dois anos deixou muitos jovens de luto por familiares e amigos. No momento atual, eles estão envolvidos com toda a questão da retomada da normalização de suas vidas, o que gera muitas expectativas e adaptações a todo o tempo, na escola ou na universidade, além das dificuldades de começar em um primeiro emprego.
A saúde mental de jovens e adolescentes
Segundo estimativas disponibilizadas pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em todo o mundo um em cada sete adolescentes e jovens de dez a dezenove anos convive com algum transtorno mental diagnosticado. Há estudos, especificamente sobre a geração Z, que sugerem que eles são mais suscetíveis aos efeitos do estresse, apresentando maiores taxas de ansiedade, depressão, automutilação e suicídio.
De acordo com o coordenador do grupo de trabalho de Saúde Mental da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dr. Roberto Santoro, é visível, durante as consultas, a mudança comportamental dos jovens e dos adolescentes. “Para além dos quadros que são diagnosticados, digamos que há um sofrimento público. Às vezes eles são transformados em um transtorno mental, que demora mais tempo para se perceber. Mas já sabemos que os quadros de ansiedade e depressão dobraram por conta da pandemia. Isso é percebido na clínica e ratificado em estudos científicos”.
Em relação ao comportamento suicida entre os jovens, há uma conjunção de fatores relacionados a este comportamento. Alguns que se destacam são os sentimentos de tristeza, desesperança, depressão, ansiedade, baixa autoestima, experiências adversas pregressas, como abusos físicos e sexuais, falta de suporte de amigos e parentes, exposição à violência, discriminação no ambiente escolar e o uso de substâncias psicoativas.
Então, como promover a saúde mental de jovens e adolescentes?
Exercer a paciência e a compreensão com adolescentes e jovens é um ponto importante. Devemos nos lembrar que as cobranças internas, a pressão social e as comparações são constantes em suas vidas. Assim, o melhor que se pode oferecer é uma escuta sem julgamentos e um apoio empático nos momentos necessários.
Por outro lado, incentivá-los para que tenham hábitos saudáveis como: uma boa alimentação, uma boa qualidade do sono, exercícios físicos regulares, podem fazer diferença em suas vidas. Estabelecer hábitos que os ajudem a se firmar é fundamental, porque os períodos de crises e transições podem acontecer, o que os tornam mais suscetíveis ao esgotamento.
Orientá-los para que preservem sua saúde mental, priorizando-a mesmo em meio a tantos estímulos e atividades, também é necessário. O essencial é que eles entendam que há sempre uma saída para os seus problemas, mesmo que eles mesmos não consigam encontrá-la sozinhos.
Buscar ajuda profissional e acompanhá-los em um eventual tratamento, pode trazer segurança e conforto, o que fará toda a diferença. Para ter um apoio especializado, o Instituto de Psiquiatria Paulista é uma opção segura. Contamos com diversos profissionais: psiquiatras, psicólogos e neurologistas experientes nos tratamentos dos diversos transtornos que afetam tanto os jovens como os adolescentes. Caso queira agendar uma consulta, é só acessar o nosso site clicando aqui.