As emoções foram naturalmente desenvolvidas ao longo da evolução com o objetivo de ajudar os humanos na sua sobrevivência. Assim, é correto dizer que sentir tanto felicidade, prazer e alívio quanto tristeza, raiva e ansiedade, é uma reação saudável e inerente ao corpo humano. Contudo, quando uma dessas emoções é sentida de modo exagerado, com uma frequência alta, ou de forma que atrapalhe o bom funcionamento do corpo e da condução da vida, algo pode estar errado.
A ansiedade serve para nos prepararmos para o futuro. Ela é um alerta quanto às possibilidades do que ainda está por vir, baseando-se em tudo aquilo que já passou, nas nossas experiências. No entanto, quando a ansiedade nos deixa sem foco, ou nos paralisa, trazendo uma sensação ruim em relação ao futuro, nos impedindo de viver plenamente o presente, enchendo nossa mente com suposições incabíveis, talvez possa ser o caso de um quadro de Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Esse é um problema que afeta milhões em todo o mundo. Inclusive, o atual cenário de pandemia contribuiu para que ainda mais pessoas apresentassem os sintomas de TAG.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada na pandemia.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, cerca de 9,3% da população brasileira já sofria com alguma forma de transtorno de ansiedade, antes mesmo da chegada do novo coronavírus. Ao que tudo indica, essa porção deve ter crescido ainda mais nos últimos meses: o número de buscas online por informações sobre a ansiedade e a procura por ajuda profissional disparou desde o início da pandemia.
É compreensível. Nosso novo contexto oferece um prato cheio de “gatilhos” para todos, mas, especialmente, para os ansiosos: a incerteza sobre o futuro, dificuldades financeiras, desemprego, isolamento social, frustração dos planos de vida, e claro, o medo de morrer, trazem consigo um peso intenso.
A pandemia do coronavírus e suas consequências têm se mostrado um fator determinante para que mais pessoas sofram com transtornos emocionais, como o TAG.
Quais os sintomas do Transtorno de Ansiedade Generalizada?
Primeiramente, devemos esclarecer que o Transtorno de Ansiedade Generalizada difere de outros problemas emocionais relacionados às sensações de ansiedade.
Enquanto em outras condições, como no Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) e na Síndrome do Pânico, a sensação de ansiedade pode ser passageira e pontual, no TAG ela é constante.
Por isso, o diagnóstico só pode ser feito de forma precisa quando o paciente apresenta os sintomas de Ansiedade Generalizada por um longo período (em geral, de pelo menos seis meses). Ela também costuma estar associada a prejuízos para a vida da pessoa, como nas relações pessoais, familiares ou de trabalho.
Alguns sintomas do Transtorno de Ansiedade Generalizada são:
- dificuldade de se concentrar;
- fadiga e cansaço constantes;
- medo e preocupação excessivos;
- superdimensionamento dos problemas;
- irritabilidade;
- dores de cabeça;
- sensação de angústia que não passa;
- tremores, espasmos e formigamentos constantes;
- náusea e azia;
- sudorese;
- falta de ar;
- tensão muscular;
- insônia ou sonolência excessivas.
Se você, ou alguma pessoa próxima, apresentar três ou mais dos sintomas citados, por pelo menos seis meses seguidos, pode ser que esteja sofrendo com o TAG. Nesse caso, procurar ajuda profissional é fundamental.
Como tratar o Transtorno de Ansiedade Generalizada?
O TAG é um problema sério e deve ser tratado com toda a atenção, pois pode evoluir e acabar causando outros problemas emocionais também, como a Depressão ou a Síndrome do Pânico.
Por isso, é muito importante que o problema não seja minimizado, nem por quem está sofrendo com os sintomas, nem pelas pessoas mais próximas. Nesse momento, é preciso reforçar a empatia e demonstrar apoio para a pessoa que passa por essa dificuldade, ajudando-a inclusive a procurar ajuda profissional.
O tratamento normalmente conta com, pelo menos, um psicólogo e um psiquiatra. Na terapia, o paciente poderá abordar as causas de suas ansiedades e receber ajuda para elaborá-las melhor e, na consulta médica, receberá respaldo para que o processo seja o mais tranquilo possível, contando – quando necessário- com o apoio de medicações ou outros tratamentos indicados pelo profissional.
Caso você esteja com suspeitas de estar desenvolvendo um quadro de TAG, você pode marcar uma consulta com um dos nossos especialistas aqui do Instituto de Psiquiatria Paulista, e receber a melhor orientação. Nosso principal objetivo é poder colaborar para o restabelecimento da qualidade de vida e saúde mental de todos os nossos pacientes. Aproveite e confira aqui os nossos convênios parceiros.