As redes sociais estão nas mãos de bilhões de pessoas. Sim, bilhões. Somente o Instagram, a rede social que mais apresenta crescimento nos últimos anos, já ultrapassou a marca de 1 bilhão de usuários em todo mundo. Isso é 5 vezes a população do Brasil.
Também, não é difícil constatar em uma breve caminhada na rua a quantidade pessoas com as cabeças baixas olhando para a tela do celular. É um fenômeno comum e de difícil reversão neste momento.
Os efeitos nocivos das redes sociais
O ponto problemático é o efeito que as redes sociais vêm causando nas pessoas, principalmente entre os jovens. Segundo pesquisa da FGV – Fundação Getúlio Vargas – 41% dos jovens dizem se sentir tristes, depressivos ou ansiosos em contato com as redes sociais. Esse número é quase a metade, o que acende um sinal de alerta muito grande.
Pergunte a rotina de um jovem em seu celular. Muito provavelmente ele dirá que acessa o Facebook, Instagram, WhatsApp, alguma outra rede social e fecha o celular. Logo em seguida, pega de novo e faz o mesmo caminho entre os aplicativos a fim de ver se há alguma nova informação. Com isso, facilmente se vão cerca de 5 horas de seu dia, sendo que a média de acesso a cada uma dessas redes é de 60 vezes por dia.
Os jovens têm noção da velocidade em que o mundo se encontra e como as informações são transmitidas. Com isso, inconscientemente, acabam tendo medo de perder algo que esteja acontecendo naquele momento, o que leva a esse ciclo vicioso e prejudicial para a saúde mental. Com isso, a ansiedade pode começar a dar sinais, com seus sintomas físicos e mentais, abrindo uma porta ainda maior para a procrastinação e ainda maior sofrimento, por se sentir culpado pela improdutividade.
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Distorção e distanciamento da realidade através do virtual: uma porta para a depressão
Além disso, o que é exibido nas redes sociais é um conto de fadas. Como as pessoas selecionam momentos para exibir nos seus stories e posts, só a melhor parte é exibida e o espectador pode começar a desenvolver uma depressão por achar sua vida desinteressante e sem movimento. Ainda, o usuário pode se achar na obrigação de buscar aventuras e histórias para contar em suas redes, causando um distanciamento da sua própria realidade em busca de curtidas e, quando o fenômeno das notificações cessa, a tristeza retorna.
Apesar de os algoritmos das redes sociais serem projetados para manter o usuário ‘preso’ às redes, consumindo conteúdo relativo ao seu interesse aos montes, existem algumas medidas que vêm sendo tomadas para ‘aliviar’ um pouco desse fator prejudicial.
Um deles aconteceu há alguns meses, quando o Instagram deixou de exibir a quantidade de curtidas nas fotos dos usuários. Com isso, ameniza-se a competição de popularidade na rede, o que pode ajudar a reduzir um pouco dos sintomas prejudiciais causados por ela. Mesmo assim, só isso não é o suficiente.
Fazendo o uso saudável das redes sociais
Tudo isso, apesar de ser muito alarmante e preocupante, não exige que o usuário delete todas as suas contas dos canais e saia da vida social. Isso, inclusive, pode ser até prejudicial, pois a demanda social pela rede no ‘mundo real’ é alta. Mas a chave está no controle do uso.
Hoje, existem aplicativos que contam o tempo em que você gasta nas redes sociais e você pode até programar um aviso para saber quanto tempo ficou e, assim, reduzir a exposição. Estipular horas do dia para se atualizar também pode ser uma boa tática, já que ajuda na organização de uma rotina e estipula um limite para este fim.
Praticar atividades físicas e achar outros meios de distração e lazer são fundamentais para tirar o foco das redes. Com o celular sempre ao lado, pode ser difícil resistir. Então, que tal dar uma caminhada no parque e não levar o aparelho por cerca de 1 hora?
O seu melhor amigo não está na lista verdinha do Instagram
Consulte um psiquiatra ou um psicólogo e abra o seu coração acerca das aflições que você possui ao entrar na rede. Seja franco, compartilhe, ao vivo, tudo o que precisar. O profissional da saúde mental tem um papel fundamental tanto no tratamento do vício em redes sociais ou nas doenças que isso pode causar, como depressão e ansiedade.
Ele vai te ajudar a perceber se o tempo gasto nas redes está sendo prejudicial à saúde, se você está evitando o contato com a sua própria realidade e como reverter isso e diagnosticar outros possíveis distúrbios.
Você pode contar com todo esse apoio aqui no Instituto de Psiquiatria Paulista, atendendo pelo seu convênio. Marque um horário, desconecte um pouco e adiciona a gente na sua vida. Queremos te ver bem! Fale conosco, aqui.